O Presidente da República considerou hoje que a participação da Ucrânia na candidatura de Portugal e Espanha ao Mundial2030 de futebol representa mais um gesto de solidariedade para com esse país, mas também reforça a pretensão ibérica.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas, em Malta – onde se encontra para participar no 17.º encontro do Grupo de Arraiolos – depois de ser oficial que a Ucrânia vai acompanhar Portugal e Espanha numa candidatura conjunta à organização do Mundial2030 de futebol.

O chefe de Estado português salientou que a ideia de incluir a Ucrânia “partiu da Federação Portuguesa de Futebol”, e teve acolhimento das instâncias internacionais, apontando dois objetivos.

“Por um lado, reforça a solidariedade em relação à Ucrânia e ao povo ucraniano. Em segundo, reforça a candidatura portuguesa e espanhola num momento em que se esboçam outras candidaturas e isso também foi tido em linha de conta”, afirmou.

O Presidente da República precisou que, no momento da concretização, “o maior número de jogos será em Portugal e Espanha”, mas “dentro do possível” também haverá jogos disputados em solo ucraniano.

“Estamos a muitos anos de 2030”, frisou.

A Ucrânia vai acompanhar Portugal e Espanha numa candidatura conjunta à organização do Mundial2030 de futebol, oficializaram hoje as federações dos dois países ibéricos, em conferência de imprensa na sede da UEFA.

“A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) incorporaram a Ucrânia na candidatura para o Mundial2030. As duas federações comunicaram a sua intenção à UEFA, que imediatamente expressou o seu total apoio”, frisaram os organismos liderados por Fernando Gomes e Luis Rubiales.

Em pleno conflito militar com a Rússia, a Ucrânia vem redimensionar a única candidatura europeia para a organização da principal competição mundial de seleções em 2030, cujo protocolo de colaboração entre FPF e RFEF já tinha sido assinado em outubro de 2020.

A proposta foi apresentada em junho de 2021 e recebeu o apoio da UEFA, enfrentando a concorrência, pelo menos, de um projeto sul-americano (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai), um africano (Marrocos) e um intercontinental (Arábia Saudita, Egito e Grécia).

A escolha dos países organizadores do Mundial2030 está prevista para o 74.º congresso da FIFA, em 2024, após Portugal ter recebido o Euro2004 e a Espanha o Euro1964 e o Mundial1982, ao passo que a Ucrânia albergou o Euro2012, em conjunto com a Polónia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com a ONU, que encara esta crise de refugiados como a pior em plena Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).