O ministro do Desporto do Brasil, Aldo Rebelo, minimizou hoje os problemas de violência que têm surgido nos estádios locais a semanas do país receber o Campeonato do Mundo de futebol, comparando-a à situação de países em guerra.
“Não acho que os ingleses enfrentem maiores riscos do que os que encaram no Iraque ou Afeganistão, onde recentemente perderam centenas de jovens soldados”, disse, quando questionado sobre os perigos para os adeptos britânicos em Manaus.
Lembrando a história colonial dos ingleses nos trópicos, acrescentou, com um sorriso: “Há um cemitério inglês em Recife, mas não creio que a sua população aumentará durante o Campeonato do Mundo”.
Ainda sobre o tema da segurança, que tem sido questionada com várias situações de violência e tumultos no futebol brasileiro, o governante citou uma longa lista de assassinatos em grandes eventos desportivos.
“A tragédia na Alemanha quando os atletas foram sequestrados e assassinados”, nas olimpíadas de Munique1972, os Jogos de Atlanta em 1996, em que “houve um ataque com mortos no Parque Olímpico”, e ainda “um ataque a uma estação de comboios em Volgogrado com vítimas civis” em fevereiro antes dos Jogos de Inverno de Sochi, na Rússia.
Aldo Rebelo recordou ainda o assassinato de um primeiro-ministro sueco (Olof Palme, em 1986) e da ministra das relações externas (Anna Lindh, 2003), “confrontos Talibãs nos arredores de Londres” ou “os subúrbios parisienses em chamas durante semanas, tal como em Londres”, bem como atentados em redes de metro.
“Todos têm a sua tragédia e este ano comemora-se o maior massacre, que foi a primeira Guerra Mundial. Temos os nossos desafios, as nossas tragédias, sérios problemas em termos de segurança”, admitiu.
Ainda assim, o responsável acredita que o Brasil “é muito menos exposto a esses riscos de violência nacional, religiosa ou étnica”, admitindo que “há alguma violência de direito comum, quotidiano” para a qual as forças da ordem estão a “tomar precauções”, tendo mesmo adquirido “equipamentos modernos e sofisticados para a segurança pública”.
“Vamos fazer tudo para proteger o público, convidados, turistas e jornalistas”, concluiu.
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