O anterior presidente norte-americano Barack Obama saudou hoje em Joanesburgo “a diversidade identitária” da seleção francesa de futebol, consagrada campeã mundial na Rússia, na qual “nem todos os jogadores parecem franceses”.
Esta declaração surgiu no âmbito de uma intervenção de cariz político feita por Obama por ocasião do centenário do nascimento de Nelson Mandela, na qual, fazendo uma incursão pelo futebol a propósito do recente Mundial disputado na Rússia, aludiu à seleção francesa, considerando que esta encarna o espírito e visão do primeiro presidente negro da África do Sul.
“O regime do apartheid sul-africano (que caiu em 1994) foi inteiramente artificial. O que era verdade na época ainda é verdade hoje (...) Vemo-nos no outro, compartilhamos esperanças e sonhos comuns. É uma verdade incompatível com qualquer forma de discriminação baseado na raça, na religião ou no sexo”, disse Barack Obama, citando Nelson Mandela.
Para Mandela, este desígnio comum dá frutos no sentido de uma sociedade poder tirar partido da energia e das qualidades de todas as pessoas, dando o exemplo da seleção francesa que conquistou o título mundial.
“Se olharmos para os seus jogadores vemos que nem todos parecem franceses. Mas são franceses, são franceses”, disse com um sorriso, suscitando aplausos aos cerca de 15 mil espetadores que o ouviam no estádio Wanderers, em Joanesburgo.
Entre os 23 jogadores que compunham o plantel da seleção francesa que esteve na Rússia, 14 deles são originários de África, mais precisamente da Guiné, Mali, Senegal, Angola, Argélia e Marrocos, tendo dois deles, Samuel Umtiti e Steve Mandanda, nascido em Yaoundé e Kinshasa, respetivamente.
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