A seleção portuguesa de futebol vai defrontar na fase de grupos do Mundial de 2022, no Qatar, os adversários face aos quais se despediu das edições de 2002 (Coreia do Sul), 2014 (Gana) e 2018 (Uruguai).
Em Doha, o sorteio da fase final ditou, assim, que Portugal defronte três equipas com as quais já mediu forças em Mundiais e face às quais tem as piores recordações, pois, concluídos os respetivos jogos, ‘fez as malas’ e regressou a casa.
Além destes reencontros, há um outro muito especial, com Paulo Bento, que comandou a formação das ‘quinas’ de 08 de outubro de 2010 e 07 de setembro de 2014, incluindo presenças nas fases finais do Euro2012 e do Mundial2014.
O agora selecionador dos sul-coreanos foi, em 2002, escolhido por António Oliveira para ‘onze’ que defrontou o conjunto asiático e perdeu por 1-0, em encontro da terceira e última jornada do Grupo D.
Portugal, que começou com um desaire por 3-2 com os Estados Unidos e, depois, goleou a Polónia por 4-0, ter-se-ia qualificado com um empate, mas foi batido por um tento da grande ‘estrela’ dos sul-coreanos, Park Ji-sung, aos 70 minutos.
O encontro ficou marcado por duas expulsões na formação lusa - de João Vieira Pinto e Beto -, que, mesmo com nove, esteve quase a empatar sobre o final, por Nuno Gomes e Sérgio Conceição, após várias defesas ‘impossíveis’ de Vítor Baía.
Em 2014, no Brasil, com Paulo Bento ao ‘leme’, Portugal também começou muito mal a prova - foi goleado por 4-0 pela Alemanha e, com um golo nos descontos, só logrou empatar com os Estados Unidos (2-2), ficando, desde logo, com ‘pé e meio’ de fora.
Na última ronda, face ao Gana, era preciso golear e a seleção lusa ficou muito longe disso, conseguindo ainda assim uma vitória (2-1), mas claramente com sabor a derrota.
Em Brasília, John Boye, aos 31 minutos, na própria baliza, e Cristiano Ronaldo, aos 80, apontaram os tentos lusos, enquanto Asamoah Gyan faturou para os africanos, aos 57.
Se caiu das edições de 2002 e 2014 na fase de grupos, em 2018, no derradeiro Mundial, na Rússia, a formação lusa, já comandada por Fernando Santos, foi afastados nos oitavos de final, face ao Uruguai, vencedor por 2-1, em Sochi.
O avançado Edinson Cavani, presentemente companheiro de equipa de Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes e Diogo Dalot no Manchester United, ‘bisou’, com golos aos sete e 62 minutos, com Portugal ainda a empatar a um, com tento de Pepe, aos 55.
Face aos uruguaios, Portugal ainda disputou dois particulares, tendo triunfado por 3-0 em 1966, em Lisboa, com um ‘hat-trick’ de José Torres, e empatado 1-1 em 1972, no Rio de Janeiro, onde Jaime Graça anulou o tento inicial de Piero Lattuada.
Para chegar ao Mundial de 2022, os uruguaios, que contam habitualmente com o benfiquista Darwin Núñez e os ‘leões’ Coates e Ugarte, foram terceiros na zona CONMEBOL (América do Sul), apenas atrás de Brasil e Argentina.
Os uruguaios, no qual ainda pontificam Godín, Cavani ou Luis Suárez, mais Ronald Araújo, Giménez ou Valverde, somaram oito vitórias, quatro empates e seis derrotas, rumo à 14.ª participação na principal competição de seleções.
Em Mundiais, a formação ‘celeste’ tem como ‘coroas de glória’ os títulos conquistados em 1930, na primeira edição, em casa, e em 1950, em pleno Maracanã, com um triunfo por 2-1 sobre o Brasil, que só precisava de empatar, no único Mundial sem final.
Por seu lado, a Coreia do Sul, que vai participar em Mundiais pela 11.ª vez, e 10.ª consecutiva, é liderada pelo avançado Son Heung-Min, jogador dos ingleses do Tottenham.
Os sul-coreanos foram segundos do Grupo A da terceira fase de qualificação asiática, ficando apenas atrás do Irão, pelo qual foram ultrapassados na última ronda, quando já tinham garantido o apuramento para o Qatar.
Nas anteriores participações, a Coreia do Sul caiu sempre na fase de grupos, exceto em 2002, quando foi coanfitriã, juntamente com o Japão, e acabou, com muita polémica pelo meio, no quarto lugar, caindo apenas nas ‘meias’, face à Alemanha (0-1).
Quanto ao Gana, tem quase todos os seus jogadores a alinhar na Europa, entre os quais Thomas Partey (Arsenal), Jordan Ayew (Crystal Palace), Daniel Amartey (Leicester) ou o miúdo Felix Afena-Gyan (AS Roma).
Na qualificação, os ganeses superaram África do Sul, Etiópia e Zimbabué na segunda fase (Grupo G) e, na terceira, eliminaram a Nigéria, pelos golos fora (0-0 em casa e 1-1 fora).
O Gana vai para a quarta presença em Mundiais, todas nas últimas cinco edições (falhou 2018), merecendo destaque o sétimo lugar de 2010, edição em que ficou no segundo lugar do Grupo D, atrás da Alemanha, mas à frente de Austrália e Sérvia.
Na fase a eliminar, ainda superou os Estados Unidos (2-1, após prolongamento), ‘tombando’ apenas nos ‘quartos’, perante o Uruguai (2-4 nos penáltis, após 1-1 nos 120 minutos), que vai agora reencontrar.
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