Gilberto Madaíl mostrou-se insatisfeito com o comportamento do público no estádio Cidade de Coimbra, que assobiou e gritou 'olés' quando a selecção chinesa tinha posse de bola, assumindo que os jogadores ficaram afectados com essa atitude.
"Na segunda parte houve muitas mexidas na equipa, uma quebra... não sei até que ponto quando começaram os assobios os jogadores se sentiram um pouco desconfortáveis, o que é natural. No entanto, isso já passou e faço um sincero apelo para os portugueses que se não quiserem ir ver a selecção, não irem. Mas se forem ver e apoiar, que o façam com um objectivo: transmitir-lhes ânimo, força e fazê-los sentir que há um país que os apoia", afirmou Gilberto Madaíl, à margem de uma reunião na FPF sobre condições de segurança nos estádios.
O líder da Federação tentou encontrar uma explicação para o comportamento dos adeptos, mas atribuiu essa postura à mentalidade portuguesa. "O meu entendimento pessoal é que as pessoas já tiveram tantas boas exibições e tão bons resultados da selecção... É verdade que ainda não ganhámos nada, tivemos vários lugares honrosos e as pessoas habituaram-se a ter um espectáculo e quando o filme não é tão bom reagem desta maneira", sublinhou Madaíl, acrescentando: "E reagem da pior maneira, porque é neste momento que as equipas estão a precisar de um incentivo e não transmitir uma imagem de fraqueza. É preciso que haja respeito, mas nada podemos fazer sobre isso, é uma questão de mentalidade."
Confrontado com os 'olés' no estádio que elevaram a tensão entre equipa e adeptos no desafio com a China, Gilberto Madaíl foi directo nas críticas ao público. "Não gosto dos olés nem quando a selecção está a jogar bem e muito menos quando a selecção está a jogar mal. Foram despropositados e os jogadores sentiram os olés, porque eu falei com eles", confessou.
O presidente da FPF defendeu ainda a exibição da equipa comandada por Carlos Queiroz na primeira parte: "A selecção nacional jogou muito bem no primeiro tempo, teve variadíssimas oportunidades, claro que não são golos, mas demonstrámos que os podemos fazer e que podemos ter confiança para o futuro. Se jogarmos como na primeira parte temos gente para levar Portugal o mais longe possível na África do Sul."
Questionado se concordava com Ronaldo sobre o favoritismo de Portugal no Mundial, apenas atrás da campeã europeia Espanha, Madaíl mostrou-se satisfeito: "Se o Ronaldo diz isso, é caso para dizermos então olé, porque ficamos satisfeitos."
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