O estádio que será uma das sedes do próximo Mundial 2014 terá capacidade para cerca de 60 mil pessoas. Porém, chegou um dia a albergar o dobro das pessoas.
22 de junho de 1997. Estava em jogo a segunda partida da final do Campeonato Mineiro, entre o Cruzeiro de Belo Horizonte e o Villa Nova. O ‘Mineirão’, também conhecido como Estádio Governador Magalhães Pinto, era o palco da decisão do título. A ‘Nação Azul’, a claque mais numerosa e popular do clube, preparava-se para o apoio em massa aos seus jogadores. E o recinto mineiro estava prestes a conhecer a sua maior enchente de sempre.
A história do estádio, que foi inaugurado em 1965 com uma capacidade original para 130 mil pessoas, foi marcada por vários recordes de assistência. Todavia, 32 anos depois é que o recinto quebrou o seu próprio recorde.
Depois de uma derrota por 1-2 na primeira mão, a direção do Cruzeiro sabia que precisaria do apoio da ‘torcida’ para dar a volta. O público pagante ascendeu então a 74.857 pessoas, mas os responsáveis decidiram autorizar a entrada livre a mulheres e crianças no recinto.
Abriram-se assim as portas ao caos, ao tumulto e ao recorde de assistência de 132.834 pessoas. Um número acima da lotação do próprio estádio e que poderia ter sido ainda muito maior. De facto, rezam os jornais da época que ficaram de fora do recinto cerca de 20 mil adeptos, a vibrar apenas com os gritos que se ouviam das bancadas.
O golo solitário de Marcelo Ramos, aos 10 minutos, para a equipa então orientada pelo bem conhecido Paulo Autuori quase trouxe o estádio abaixo com a festa. Era uma vantagem curta, mas era suficiente para assegurar a conquista do Campeonato Mineiro. Morria assim o sonho do Villa Nova. Subia ao céu a imensa ‘Nação Azul’ do Cruzeiro.
As 132.834 pessoas que acorreram nesse dia ao Mineirão inscreveram a sua assinatura na maior assistência de sempre de um estádio mineiro num jogo de futebol. Até 2010, o ano em que o emblemático recinto do estado de Minas Gerais foi encerrado para a sua renovação para o Campeonato do Mundo, não mais se verificou uma assistência tão grande. E dificilmente se voltará a ver.
As obras reduziram substancialmente a capacidade do recinto, que se cifra agora em cerca de 60 mil. O Mineirão cresceu em qualidade e encolheu na capacidade, mas a ‘Nação Azul’ do Cruzeiro continuará a fazer deste estádio o seu país.
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