Os oitavos de final do Mundial2014 de futebol foram os mais equilibrados desde que esta fase foi introduzida em definitivo, em 1986, com apenas três jogos decididos nos 90 minutos e dois, um máximo, nas grandes penalidades.

Excetuando 1934 e 1938, quando a prova começava logo com “oitavos”, a edição de 1990 era a que contabilizava menos jogos decididos em 90 minutos – quatro, mais três em prolongamento e um em penáltis.

No que respeita a grandes penalidades, nunca dois “oitavos” haviam sido decididos na “lotaria”, como aconteceu agora, sendo dessa forma que o Brasil afastou o Chile e que a Costa Rica fez história face à Grécia, de Fernando Santos.

Dos oito encontros disputados, só um ficou, aliás, resolvido com antecedência, o que colocou frente a frente a Colômbia e o Uruguai, por culpa de dois golos do ex-portista James Rodriguez, aos 28 e 50 minutos.

Quanto aos outros embates resolvidos no tempo regulamentar, a França só se desembaraçou da Nigéria com tentos aos 79 (Paul Pogba) e 90+2 minutos (Joseph Yobo, na própria baliza).

Por seu lado, a Holanda esteve a perder com o México desde os 48 minutos (golo de Giovani Dos Santos) e virou mesmo a acabar, com tento de Wesley Sneijder, aos 88, e um penálti convertido por Klaas-Jan Huntelaar, aos 90+4.

O prolongamento decidiu os últimos três jogos, sempre com vitórias pela margem mínima, duas por 2-1 e uma por 1-0, resultado com que a Argentina bateu a Suíça, graças a um golo de Angel Di Maria, aos 118 minutos.

Por seu lado, a Alemanha e a Bélgica estiveram a vencer Argélia e Estados Unidos por 2-0, respetivamente, mas também venceram pela margem mínima.

André Schürrle, aos 92 minutos, e Mesut Özil, aos 120, marcaram os tentos germânicos e Kevin De Bruyne, aos 93, e Romelu Lukaku, aos 105, os belgas. Os do argelino Abdelmoumene Djabou, aos 120+1, e do norte-americano Julian Green, aos 107, de nada valeram.

Se alemães, argentinos e belgas precisaram de prolongamento, o Brasil e a Costa Rica necessitaram do desempate por grandes penalidades para afastar o Chile e a Grécia, de Fernando Santos, respetivamente.

Depois de 1-1 nos 120 minutos, os “canarinhos” venceram por 3-2 na “lotaria”, enquanto os costa-riquenhos qualificaram-se pela primeira vez para os “quartos” – como os colombianos – com um triunfo por 5-3. Não falharam nenhum pontapé.

Em matéria de golos, os 18 apontados são o terceiro registo mais baixo, com a curiosidade de sete terem acontecido em prolongamento, algo que se explica muito pela equilíbrio e as “enormes” exibições de vários guarda-redes.

- Quadro dos oitavos de final (desde 1986):

90 min. Prol. Penáltis Golos

1986 7 1 0 26

1990 4 3 1 18

1994 6 1 1 25

1998 6 1 (y) 1 23

2002 5 2 (y) 1 17

2006 6 1 1 15

2010 6 1 1 22

2014 3 3 2 18

(x) - A Suécia qualificou-se por falta de comparência da Áustria.

(y) - Golo de ouro.