Uma nova reportagem publicada pela Amnistia Internacional, e que foi divulgada poucos dias após o sorteio do Campeonato do Mundo do Qatar, faz luz sobre a exploração e trabalho forçado de alguns seguranças que terão sido submetidos a circunstâncias muito complicadas.

A investigação debruça-se sobre as experiências de 34 funcionários de oito empresas privadas. A reportagem diz que alguns seguranças foram obrigados a trabalhar para além do limite legal, cerca de 60 horas semanas, e há mesmo casos de funcionários que trabalharam meses e anos a fio, sem qualquer folga.

A Amnistia Internacional refere que os trabalhadores foram contratados por empresas privadas que forneciam serviços nos estádios de futebol, assim como em outras infraestruturas fundamentais para o desenrolar do torneio.

Avança a BBC que pelo menos três empresas forneceram segurança para os últimos torneios do Qatar, onde se inclui o Mundial de Clubes e a Copa Árabe.

Perante estas alegações, os organizadores do Campeonato do Mundo do Qatar reconheceram o problema: "Essas violações são completamente inaceitáveis ​​e levaram à aplicação de uma série de medidas, incluindo a colocação de empreiteiros numa lista de vigilância ou lista negra para evitar que eles trabalhem em projetos futuros,  incluindo o Campeonato do Mundo da FIFA", pode ler-se num comunicado da organização, citado pela BBC.

De acordo com o media britânicos, mais de 6500 trabalhadores migrantes terão morrido no Qatar desde que foi anunciado como o país organizador do Mundial. 37 dessas mortes estiveram relacionadas diretamente com a construção dos estádios para o torneio.