O empresário Ricardo Diniz vai partir em janeiro para o Brasil num veleiro de 22 metros, sozinho, para cumprir uma promessa feita ao minuto 72 da partida que deu a Portugal o "passaporte" para o Mundial2014 de futebol.
Com 36 anos, Ricardo Diniz sentiu «um alinhamento» no encontro Suécia-Portugal, disputado em Estocolmo, quando Zlatan Ibrahimovic fez o 2-1 para a equipa nórdica e ameaçou o apuramento da seleção lusa para a sua sexta fase final da competição máxima do futebol.
«De repente, ontem (terça-feira) - e apenas ontem -, a ver o jogo que todos nós vimos, quando o outro senhor cujo nome não sei pronunciar, porque não sou muito do futebol, marcou golo, naquele momento em que Portugal está a perder 2-1, eu disse assim: `Meu Deus, nós não podemos ficar fora do Mundial. Nós temos que conseguir. Se ganharmos isto eu vou à vela sozinho para o Brasil´», contou o empresário, em declarações à Agência Lusa, fazendo questão de mencionar que não é um velejador.
Mas, porque anda «nisto há 17 anos», no lançamento de projetos de cariz empresarial que pretendem mostrar a ligação de Portugal ao mar, decidiu avançar e responder a «um forte chamamento em relação ao Brasil», que começou bem antes do Portugal-Suécia de terça-feira, «há alguns meses atrás» e é para continuar a «aproveitar esta embaixada flutuante de portugalidade».
«Vou sozinho à vela entre Portugal e o Brasil para reforçar esse espírito positivo de termos conseguido qualificar Portugal para o Mundial. O meu objetivo é prestar uma homenagem ao povo português, que muito reclama, muito mal diz, mas, quando é mesmo preciso, consegue ser um povo unido e acreditar. Era importante manter-se este estado de espírito quando a coisas não correm bem», acentuou.
Havia «várias possibilidades» para concretizar o projeto - os Estados Unidos, os PALOP, os Açores ou a Madeira -, mas Cristiano Ronaldo intrometeu-se, marcou três golos e colocou Portugal no Mundial do Brasil, obrigando Ricardo Diniz a mudar o alinhamento da sua expedição.
«Foi, exatamente ontem (terça-feira), que tomei a decisão e comecei a alinhar coisas. Passadas 12 horas, já tenho os primeiros patrocinadores», adiantou, recordando que já tem «muito embalo a preparar expedições e projetos», o último dos quais, denominado "Mare Nostrum".
Ricardo Diniz avançou à Lusa que a partida deverá ocorrer em janeiro, porque tudo indica que a meteorologia o permitirá, terá passagem obrigatória pela Madeira, e coincidirá com o aniversário de Cristiano Ronaldo, a 5 de fevereiro, e com o seu, dois dias antes.
Dois dias depois de partir estará no arquipélago da Madeira e, após a partida do Funchal, demorará «entre 20 e 30 dias» a chegar ao Brasil, até porque vai fazê-lo «com calma», uma vez que não se trata de uma competição.
«É um barco de 22 metros, um veleiro, apenas com um motor auxiliar para entrar e sair das marinas. A vela principal do barco pesa 700 quilos, são precisas 15 pessoas para tirar e pôr a vela do barco e eu, sozinho, vou ter de a tirar e pôr. Às vezes para colocar a vela no alto do mastro chego a demorar 45 minutos», declarou.
Segundo este empresário da Costa da Caparica, que é também apaixonado pelo surf e outros deportos aquáticos, o barco é «muito rápido», além de grande, o que torna o trabalho a bordo «muito físico e exigente, por mais otimizado que esteja».
O veleiro tem «toda a sua energia gerada através de painéis solares, como o telefone satélite, as luzes de navegação, toda a eletricidade é produzida através do sol, o que significa que tem uma pegada ecológica de absolutamente zero», acrescentou.
Ricardo Diniz vai preparado para fazer a reportagem a bordo, com fotografias e vídeos, conta com um sítio oficial na internet e viaja «com a máxima segurança» para o Brasil, onde espera poder assistir a, pelo menos, uma partida da seleção portuguesa.
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