Julen Lopetegui foi apresentado a 6 de maio de 2014, num contrato que era válido por três épocas. Acabou por ficar uma e meia. O empate com o Rio Ave, na passada quarta-feira, foi a gota de água para a SAD do FC Porto, completando um ciclo de três jogos sem vencer. Pouco antes, Lopetegui tinha perdido em casa com o Marítimo para a Taça da Liga e o clássico com o Sporting em Alvalade. Desta forma, numa semana, o FC Porto passou de líder a segundo classificado, juntamente com o Benfica, e a quatro pontos do líder.
A nível europeu, o técnico espanhol desiludiu ao não conseguir um bilhete para os oitavos de final da Liga dos Campeões, sendo o acender do rastilho para a desconfiança dos adeptos portistas. Os Dragões chegaram à penúltima jornada a precisarem apenas de um ponto para seguir em frente. A derrota em casa com o Dínamo de Kiev e depois em Stamford Bridge ditou o adeus às estrelas milionárias e consequente descida à Liga Europa. Foi aqui que começou a manifestação de descontentamento e o lugar de Lopetegui começava a ser comentado.
Na participação anterior, o FC Porto tinha dado o que falar com boas exibições na fase de grupos e uma primeira mão dos oitavos de final contra o Bayern de Munique que ‘correu’ o mundo. Mas o golpe final foi duríssimo para os azuis e brancos, goleados em Munique por 6-1.
Julen Lopetegui foi muitas vezes criticado por rodar demasiado a equipa, nunca fixando um ‘onze base’, à semelhança do que fazia por exemplo, e com sucesso, André Villas-Boas. Na época 2014/15, o FC Porto tombou logo à primeira oportunidade perante o Sporting de Marco Silva. As culpas recaíram na equipa titular apresentada. Ainda essa época, já na reta final do campeonato, Lopetegui foi à Luz lutar pelo título, mas caiu perante o Benfica. O final do clássico ficou ainda marcado pelo desentendimento com Jorge Jesus. Poucas semanas depois, os Dragões empatavam no Restelo e entregavam o título de bandeja aos rivais encarnados.
Aliado a tudo isto, Julen Lopetegui nunca conseguiu comunicar ao coração dos adeptos nas conferências de imprensa ou flash interviews. O técnico espanhol apresentava-se sempre de forma hostil e desafiadora para os jornalistas, mostrando-se mais preocupado em defender-se em vez de incentivar o ânimo pelo clube. Queria agigantar-se, mas não o conseguiu.
Já de forma global, a nível de percentagem de vitórias, e comparado com os recentes timoneiros que passaram pelo Dragão, Lopetegui supera Luís Castro, Paulo Fonseca, Co Adriaanse, José Couceiro e Victor Fernandez. Em 26 jogos realizados esta época, Lopetegui somou quatro derrotas e cinco empates, quatro delas no campeonato.
Lopetegui diz adeus ao Dragão e não deixa sequer um título. Esta será a imagem que perdurará no universo azul e branco.
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