O Benfica levou este domingo à letra a expressão “dar um passo atrás para poder dar dois à frente” na visita à Choupana, para a 10ª jornada da Liga. O triunfo por 1-2 sobre o Nacional reflete bem as dificuldades do campeão nacional, que entrou praticamente a perder e acabou por sair do jogo com o triunfo e o regresso à liderança, reforçada horas mais tarde com os deslizes dos rivais FC Porto e Sporting.

Tal como na última deslocação fora do Estádio da Luz, os encarnados provaram também a validade de outra máxima: “Um golo cedo não é sinónimo de vitória”. E se em Braga foi vítima desse paradigma, na Madeira soube ser o beneficiado. O golo sofrido aos 57 segundos, da autoria do jovem médio alvinegro Edgar Abreu, foi um dos mais rápidos do campeonato, mas foi igualmente o melhor despertador para a formação de Jorge Jesus.

Até aos 20 minutos o Benfica encetou uma reação forte, liderada pela nova parceria Lima-Jonas no ataque encarnado. Já no meio-campo houve a estreia de Enzo Pérez como titular desde o apito inicial, a jogar com Talisca ligeiramente mais adiantado. Ato contínuo dessa ofensiva: dois golos que seriam decisivos para os três pontos.

Aos 7’, Salvio cabeceou para o golo do empate, dando o melhor desfecho a um bom cruzamento de Gaitán; aos 19’, foi a vez de Jonas fazer o 1-2 na sequência de uma assistência de Luisão, após um canto do lado esquerdo do ataque. Depois do golo sofrido, o Benfica soube ser inteligente e eficaz q.b. para chegar aos “dois passos à frente”.

A partir daí, o jogo mudou de feição. O Nacional foi travado pela gestão mais pragmática dos encarnados, que adotaram um ritmo mais baixo para evitarem novas surpresas e para se defenderem do desgaste físico do embate a meio da semana com o Mónaco.

E se tudo correu conforme os planos de Jorge Jesus até ao intervalo, na segunda parte tal não se verificou a cem por cento. Os alvinegros conseguiram chegar com mais frequência à baliza de Júlio César, mas a formação de Manuel Machado não conseguiu replicar a eficácia que o Benfica tivera perante a sua baliza. Por outro lado, a equipa madeirense também saiu com algumas queixas do árbitro auxiliar que visou o seu ataque nos derradeiros 45 minutos, com este a invalidar uma jogada de Marco Matias em que o avançado alvinegro ficava isolado.

Apesar dos sustos e ameaças do Nacional, o Benfica foi bafejado pela sorte dos ares da Choupana e foi do topo do Funchal que voou de volta para o topo da Liga. A um jogo feliz somou-se ainda uma série de resultados felizes, com os empates posteriores dos rivais FC Porto e Sporting perante Estoril e Paços de Ferreira, respetivamente. Por vezes, começar mal pode mesmo significar que acaba tudo em bem.