Artur Fernandes rotulou hoje, no Porto, de "um ataque a Portugal" a abolição dos fundos de investimento decretada pela FIFA com o intuito de "enfraquecer os campeonatos dos países do sul da Europa".

O presidente da Associação Nacional dos Agentes de Futebol (ANAF) falava no decorrer do seminário "Proibição dos fundos der investimento: Consequências e alterações", que decorreu na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) e onde, no essencial, os convidados quase convergiram nos malefícios para o futebol português que representa o desaparecimento daquela fonte de receita dos clubes nacionais.

"A Sky paga 1,3 mil milhões de euros aos clubes da Premier League, o Portsmouth subiu de divisão e, logo à cabeça, vai receber 6 milhões de euros. Eles não precisam de fundos para nada", revelou Artur Fernandes, que reconhece, na fase transitória que se vai seguir, "os clubes portugueses vão enfrentar dificuldades para atrair jogadores de qualidade".

Em representação da FPF, João Leal também se mostrou contra a proibição, mas a favor de uma regulamentação da atividade, exemplificando com "as especificidades próprias de cada país", apresentando uma conclusão de um estudo da FIFA que mostra "serem apenas 9,68 por cento" das transferências a nível mundial de jogadores abrangidas pelo outro "malefício que a UEFA e FIFA querem exterminar, a propriedade de terceiros".

Por seu lado, Rui Oliveira, gestor de fundos, explicou como decorria a gestão do Benfica Stars Funds - com capitais de 40 milhões de euros - e do Sporting Portugal Funds - de 15 milhões - para mostrar que são feitos "respeitando a regulamentação vigente", rematando a questão com a suspeita de que "não conseguindo a América do Sul e Península Ibérica viver sem os fundos, se calhar, as alternativas, não serão tão claras".

Antigo administrador da SAD do FC Porto, Angelino Ferreira alinhou na opinião de que "é do ‘lobby’ alemão e inglês esta solução contra os clubes do sul da Europa", ainda que tenha explicado que "nada de mal há nos fundos de investimento, pois eles existem em todas as atividades económicas".

Em contraciclo, o presidente do Sindicato dos Jogadores de Futebol Profissional lembrou que os "clubes estão descapitalizados", deixando a pergunta "sobre de que forma o futebol português beneficiou com os fundos de investimento".

Segundo Joaquim Evangelista, a "maior parte dos fundos existentes em Portugal são opacos, não se sabe de onde vem o dinheiro", concluindo o seminário organizado por um grupo de alunos da FADEUP com o alerta de Rui Oliveira "de que não chega apostar na formação".

"Há que mexer na base da formação, dos sub-15 aos sub-21", advertiu aquele gestor.

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