O antigo candidato à presidência do Sporting Sérgio Abrantes Mendes considerou hoje que o clube corre o risco da “belenização” e entende que só um magnata poderá salvar os “leões, que apresentam um passivo de 400 milhões de euros.

“O resultado do Sporting é a ‘belenização’, sem desprimor para os belenenses, é tornar-se igual ao Belenenses, ou seja um clube que vive do passado que nunca teve arte e engenho para se projectar no futuro”, afirmou Abrantes Mendes, em declarações à agência Lusa.

Abrantes Mendes, que garantiu estar “fora de questão” uma nova candidatura à presidência do clube, afirmou que “há mais de 10 anos que o Sporting tem levado uma vida de enganos, de ilusões de manipulações que tem conduzido ao estado em que se encontra, que é um estado à beira da falência”.

O antigo candidato à presidência dos “leões” reconheceu que o seu discurso “pode ser um pouco revolucionário”, mas afirmou: “Só vejo uma solução: é aparecer um magnata, porque o Sporting com um passivo que ronda os 400 milhões de euros, e não tendo ativos, o Sporting hoje não tem nada”.

“O grande candidato seria por exemplo Roman Abramovich, ou o xeque Mansour bin Zayed (proprietário do Manchester City)”, disse.

Abrantes Mendes afirmou que a actual situação do clube não se resolve com melhores resultados da equipa de futebol, até porque, no seu entender, “é impossível melhores resultados”, uma vez que “a equipa é fraquinha, não chama, não cria expectativas em relação a efeitos futuros”.

Sublinhando que o clube “vive a maior crise de sempre”, Abrantes Mendes considerou que os candidatos que se perfilam à possível sucessão de José Eduardo Bettencourt “são mais do mesmo e todos já por lá passaram”.

Para Abrantes Mendes, a actual crise ‘leonina’ começou sob a presidência de José Roquette e teve sempre a anuência dos sócios que “foram aprovando tudo” e que “devem meditar no que têm aprovado”.

A SAD do Sporting reúne-se hoje em Assembleia Geral, para aprovação das contas do último ano e discussão do vencimento dos membros do conselho de administração, numa altura em que a equipa de futebol ocupa a oitava posição da Liga, após seis jornadas.