O debate instrutório do processo contra os dirigentes da Académica José Eduardo Simões e Luís Godinho, acusados por João Barroqueiro de alegada apropriação de cerca de 300.000 euros da empresa TBZ, realiza-se na terça-feira.

Depois, o juiz do processo marcará a data da leitura da decisão instrutória, isto é, se José Eduardo Simões e Luís Godinho, presidente e vice-presidente da Académica, respetivamente, vão a julgamento.

Este processo instaurado contra os dirigentes da Académica já tinha sido arquivado, mas, depois de analisadas novas provas escritas e a apresentação de outras testemunhas, o tribunal entendeu abrir a instrução do processo, em que os dirigentes da Académica são indiciados do crime de furto na forma qualificada.

Os dois dirigentes do clube conimbricense, cuja equipa principal concorre na Liga portuguesa de futebol, foram acusados por João Barroqueiro de se terem apropriado indevidamente da receita de bilheteira do jogo Académica-Benfica da época de 2008/09.

O então presidente da TBZ alegou que o montante de 300.000 euros pertencia à empresa, em conformidade com o contrato estabelecido com a Académica em junho de 2005, válido durante 10 anos, renegociado em outubro em 2008.

A 22 de novembro de 2008, véspera do jogo no Estádio Cidade de Coimbra, João Barroqueiro e esposa constataram que o dinheiro que era suposto encontrar-se nas bilheteiras tinha sido retirado e não seria entregue à TBZ, que, nessa altura, estava a ser alvo de um pedido de insolvência por parte de uma marca de material desportivo.

Na procura de explicações, Luís Godinho terá, alegadamente, agredido a mulher de João Barroqueiro, que apresentou uma queixa-crime, com o vice-presidente da Académica a ser pronunciado, aguardando o julgamento em processo autónomo com termo de identidade e residência.

Em processo conexo, o tribunal decidiu ainda abrir a instrução da acusação particular de difamação contra o presidente da extinta TBZ e a esposa, interposto por José Eduardo Simões e Luís Godinho.