O treinador Luís Miguel, substituto de Rui Vitória no Paços de Ferreira, disse hoje estar identificado com o valor da formação pacense e preparado para trabalhar na Liga de futebol, revelando obsessão pela pressão e posse de bola.

«Estava fora do país, mas não podia deixar de aceitar um convite desta natureza de um clube estável e com pergaminhos. Aceitei sem qualquer receio, pois senti desde a primeira hora que as pessoas queriam que viesse para o Paços de Ferreira», disse Luís Miguel, na conferência de apresentação.

Luís Miguel, de 40 anos, prometeu aos sócios que esgotaram a sala de imprensa, algo raro no clube, dar a devida atenção à formação do Paços de Ferreira, servindo-se da sua larga experiência no setor, e mostrou estar bem identificado com o valor da formação pacense.

«Ontem [quarta-feira) foram-me oferecidos vários jogadores, mas analisei o plantel e para dar uma prova de confiança aos jogadores, uma prova com atos, disse que não queria. É isso que lhes vou dizer a seguir», revelou.

Sobre a equipa, não teve dúvidas em afirmar que «há muita qualidade no grupo, um misto de juventude com experiência», e deixou elogios ao seu antecessor, Rui Vitória, com quem partilhou os cursos de treinador de III e IV níveis, em Rio Maior.

«O Rui (Vitória) deixou-me uma herança boa. É mais fácil pegar no trabalho, sem cortar com o que de bom está feito. Acredito muito no meu trabalho, mas também acredito seriamente neste plantel», garantiu, dando a conhecer em seguida as suas ideias para esta nova etapa da sua carreira.
Luís Miguel foi claro:

«No primeiro dia como jogador do Paços, há 10 anos, disseram-me que me tinham contratado por ser um jogador à Paços. Sou obcecado pela pressão e pela posse de bola. Oitenta a 90 por cento dos treinos vão incidir sobre isso.»

O técnico, que estava a treinar na Academia Aspire, no Qatar, desde 2009, prometeu ainda «jogar em qualquer campo para os três pontos, sem ‘autocarros’, apresentando um futebol de qualidade».

Antes, o presidente do Paços de Ferreira, Carlos Barbosa, justificou a contratação de Luís Miguel por ser um técnico de quem o clube tinha «um perfeito conhecimento».

«Tivemos de ser breves, mas esperamos continuar com o mesmo trabalho, sermos felizes e termos resultados desportivos, que é o que todos os adeptos desejam», disse, na abertura da conferência de imprensa.

Jorge Silva, antigo jogador do Boavista, Samuel Correia, preparador físico, e Pedro Correia, treinador de guarda-redes e único elemento que transitou da anterior equipa técnica, completam o grupo de colaboradores de Luís Miguel