"Seria aliciante, do ponto de vista de receitas, mas há regras extremamente restritivas a esse respeito no futebol europeu", disse Fernando Gomes, lembrando o caso dos escoceses do Celtic e do Rangers, impedidos de entrar no campeonato inglês.
Ainda assim, Fernando Gomes, orador convidado numa pós-graduação em Gestão do Desporto Profissional, deu o exemplo das receitas dos dois maiores clubes espanhóis, Real Madrid e FC Barcelona, para sustentar a sua tese.
"O Real Madrid recebe, por ano, 135 milhões de euros, só de direitos televisivos. O Barcelona 125 milhões e o FC Porto nove. Do ponto de vista de mercado, seria muito interessante, mas isso provocaria a diminuição da competição em Portugal", alertou o dirigente.
Fernando Gomes recordou que o FC Porto, pelo tamanho do mercado português, tem imensa dificuldade em lutar com os grandes da Europa, tendo, para isso, que investir, de forma a poder rentabilizar depois em resultados.
Para sustentar a intervenção, Fernando Gomes falou no caso do brasileiro Keirrison, actualmente ao serviço do Benfica, por empréstimo do FC Barcelona.
"O FC Porto observou o jogador há dois anos, mas o Barcelona comprou-o por 14 milhões de euros e ganha para cima de um milhão de euros. Não tivemos capacidade financeira para competir com o Barcelona. O nosso sucesso passa por antecipar e conquistar os jogadores através da projecção que os atletas ganham no FC Porto".
O administrador da SAD do FC Porto explicou ainda que, apesar das inúmeras presenças na Liga dos Campeões, os "dragões" têm direito a fatias do "market pool" muito inferiores a clubes holandeses ou turcos, por exemplo.
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