O Sporting venceu este sábado o Portimonense por 3-0, aproximando-se assim drasticamente da conquista do título de campeão nacional. Com Alvalade a abarrotar e um adversário demasiado macio, os leões marcaram três e ficaram a dever mais uns quantos, num resultado que se poderia muito bem ter transformado numa goleada, não fosse a grande exibição do guarda-redes Nakamura.
Do Algarve veio uma equipa que, olhando para a postura e exibição demonstradas, nem parecia necessitar urgentemente de pontos para fugir aos lugares de despromoção, dando uma tarde muito descansada à defesa verde e branca.
O jogo: Nakamura contra o mundo
Depois do plano falhado no Dragão, Rúben Amorim deixou as invenções de parte e reorganizou a sua equipa no esquema habitual, fazendo recuar Gonçalo Inácio para o lado esquerdo do trio de centrais, e Diomande para o lado direito, deixando Nuno Santos e Esgaio encarregues das alas. Mais à frente, Amorim decidiu manter Paulinho no ataque, agora ao lado de Gyokeres e Trincão, recuando Pedro Gonçalves para o meio-campo, a lado de Hjulmand.
Empurrado pelos quase 50 mil nas bancadas de Alvalade, e também pela postura ultra-defensiva do adversário (por vezes num 6-4-0), o Sporting tomou conta da partida desde o apito inicial e partiu em busca do golo, que poderia ter chegado logo aos 4 minutos por Gyokeres, mas o '9' dos leões permitiu boa defesa (a primeira de muitas) a Nakamura.
Do número '9' para o minuto '9', altura em que o jogo passou para segundo plano com todo o estádio a aplaudir de pé Manuel Fernandes, eterno capitão do Sporting que nesta altura luta pela vida numa cama de hospital.
Mas o tributo ao antigo avançado rapidamente se materializou no relvado, e nada melhor que um golo para homenagear quem tantos marcou com a camisola verde e branca; minuto 13 e Gonçalo Inácio lançou Nuno Santos pela esquerda e o ala cruzou rasteiro para o coração da área, onde surgiu na passada Paulinho para inaugurar o marcador. O mais complicado estava feito.
Apesar de estar em desvantagem, o Portimonense simplesmente não conseguiu esboçar uma reação e o Sporting era dono e senhor de um jogo onde não precisava de forçar muito o ritmo para criar perigo.
Até poderíamos descrever detalhadamente todas as grandes oportunidades de golo que os leões dispuseram até ao final da primeira parte, mas não queremos transformar esta análise numa tese. O poste, e principalmente a inspiração do guardião Nakamura, com um punhado de grandes defesas, mantiveram a ilusão de que o Portimonense ainda estava dentro do jogo no final da primeira parte.
Contudo, tal espírito de sobrevivência remeteu-se única e exclusivamente ao guarda-redes, uma vez que na segunda parte a partida manteve-se exatamente sob a mesma toada; só dava Sporting e cá atrás na baliza, Franco Israel lutava arduamente para se manter acordado.
O domínio leonino era feito a um ritmo mais reduzido, verdade seja dita, o que levou Paulo Sérgio a cometer a "ousadia" de abrir a sua frente de ataque, com as entradas de Midana e Gonçalo Costa; os algarvios pareciam mostrar mais vontade, mas tal nunca se aliou a capacidade física e técnica para incomodar minimamente o adversário.
Uma incapacidade que se vincou em definitivo aquando do 2-0. Gonçalo Inácio (mais uma vez) a iniciar a jogada, Nuno Santos de calcanhar dá para Paulinho e este, como se de um extremo se tratasse, rasgou pela esquerda e com um cruzamento atrasado assistiu Francisco Trincão para o segundo do Sporting, dissipando quaisquer dúvidas sobre o desfecho do encontro, se tais ainda houvessem.
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Até final continuou o passeio do leão rumo a mais um triunfo, com o único objetivo a passar por tentar colocar Viktor Gyokeres na lista de marcadores, algo que acabaria mesmo por acontecer no segundo de quatro minutos de compensação.
Gonçalo Inácio, ainda e sempre, descobriu o recém-entrado Daniel Bragança dentro da área e, após tirar Nakamura do caminho, o médio serviu o avançado sueco que apenas teve de empurrar para o fundo das redes, algo que, naturalmente, não descurou, fazendo o 27 golo em 31 jogos disputados na Primeira Liga esta época.
Dificilmente o Sporting poderia pedir um jogo mais tranquilo do que aquele disputado este sábado em Alvalade, uma verdadeira 'promenade' que poderá mesmo terminar às portas do título de campeão nacional.
O momento: Feito o mais difícil
O Sporting entrou assertivo e dominador na partida, tendo criado boas oportunidades para marcar. Contudo, muitos serão os exemplos de equipas que empurram a outra para o seu meio-campo durante todo o jogo, sem conseguir marcar.
Aos 13 minutos os leões conseguiram evitar toda essa ansiedade ao inaugurar o marcador; Inácio lançou Nuno Santos na esquerda e o ala cruzou rasteiro para o espaço onde apareceu Paulinho a rematar de primeira para o 1-0, quebrando assim relativamente cedo a resistência do Portimonense.
O melhor: Eles até caem
Apesar de uma exibição muito apagada no último clássico diante do FC Porto, Paulinho voltou a ser aposta de Rúben Amorim para o onze titular diante do Portimonense. Com Gyokeres no eixo ofensivo, o avançado português teve maior liberdade para deambular entre a faixa e as zonas de finalização, aproveitando o espaço dado pela defesa adversária.
Aos 13 minutos o número '20' dos leões inaugurou o marcador com uma boa finalização na passada, tendo ficado a dever ainda mais um ou dois golos em lances onde o poste e o guarda-redes Nakamura mostraram-se obstáculos intransponíveis.
Para além de marcar, Paulinho também assistiu, tendo sindo o principal obreiro do 2-0, rompendo pela esquerda e cruzando para Trincão finalizar. Se dúvidas houvessem, os dois últimos jogos do Sporting mostraram o quanto Paulinho aproveita a presença de Gyokeres em campo.
O pior: O ataque que não o foi
Com a exceção de Nakamura, a equipa do Portimonense esteve muito abaixo do nível mínimo exigido num jogo desta importância. E se o setor defensivo ia mostrando, a espaços, algum acerto, o mesmo não se pode dizer do ataque. O mesmo foi entregue a Luan, Varela e Hildeberto na primeira parte, acabando por se mostrar apenas como mais uma linha defensiva, incapaz da menor ameaça à baliza leonina.
Na segunda parte Paulo Sérgio mexeu no setor ofensivo com as entradas de Midana e Gonçalo Costa, os algarvios tinham agora outras armas, mas o resultado prático foi o mesmo: total inoperância nos 90 minutos e zero remates à baliza.
O que disseram os treinadores
Rúben Amorim, treinador do Sporting
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