O Benfica entrava em campo sabendo que uma vitória o voltaria a colocar a um ponto do Sporting e aumentaria a distância relativamente ao FC Porto. Para o embate em Arouca, Roger Schmidt fez alinhar praticamente o mesmo onze que começou o jogo diante do Famalicão, excepção feita para os regressos dos argentinos Otamendi e Di María.

Já o Arouca trazia uma boa série de cinco jogos sem perder e uma goleada imposta ao Estrela da Amadora na última jornada; razões mais do que suficientes para Daniel Sousa repetir o mesmo onze que começou o jogo na Reboleira.

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Na noite fria de Arouca, o jogo começou animado com o Benfica a controlar as operações, mas a ter pela frente um Arouca de bloco subido, procurando importunar a saída de jogo do adversário ainda no seu meio-campo, mas sem qualquer tipo de problema em cerrar fileiras quando a partida assim o exigia.

Era nessas alturas que o Benfica mostrava mais dificuldades em chegar com perigo junto da baliza de Arruabarrena, quase sempre através de rasgos de inspiração de Di María. Foi a partir do primeiro quarto de hora que os encarnados começaram a conseguir sair da pressão arouquense, explorando o espaço deixado pela equipa da casa nas costas da defesa, mormente através de Rafa; aos 15 minutos o avançado viu um golo anulado por fora de jogo, precisamente através de um lançamento em profundidade. O mesmo aconteceu à passagem da meia-hora, desta feita após recuperação alta de Aursnes.

Pelo meio, o Arouca também dispôs de uma oportunidade por intermédio de Mujica, aproveitando um erro na saída das águias. Contudo, era o Benfica quem parecia mais perto do golo, e foi isso mesmo que aconteceu; 39 minutos e Rafa, novamente lançado em profundidade, surgiu na cara de Arruabarrena e, à segunda, fez mesmo o 0-1.

Mas engane-se quem pense que a primeira parte estava encerrada. Com efeito, os primeiros 45 minutos não terminaram sem que Mujica desperdiçasse um autêntico brinde de bolo-rei de Kokçu e, frente a Trubin, permitisse a mancha do guardião ucraniano.

Na segunda parte esperava-se um jogo idêntico, provavelmente com um Arouca ainda mais pressionante em busca do empate. Contudo, a estratégia dos lobos caiu por terra nos primeiros minutos da etapa complementar; 47 minutos e novo lançamento de Di María para Rafa deixou o avançado novamente diante de Arruabarrena, só que, desta vez, Rafa não foi egoísta e ofereceu uma prenda a Kokçu que, de baliza escancarada, só teve de empurrar.

O segundo golo encarnado teve o condão de alterar por completo a partida, mostrando agora um Benfica ainda mais tranquilo, a jogar na expectativa, por forma a explorar o espaço nas costas da formação arouquense, que agora era ainda maior.

Isto porque os homens da Serra da Freita nunca deixaram de tentar chegar ao golo, mostrando, contudo, mais vontade que engenho, sendo assim incapazes de criar qualquer ocasião flagrante. Com o avançar do relógio, os três pontos pareciam cada vez mais visíveis no horizonte encarnado, isto enquanto os lobos iam naturalmente perdendo o ânimo.

Tal conjunto de circunstâncias levou o Benfica novamente para junto da baliza da equipa da casa, criando boas oportunidades para aumentar ainda mais a vantagem; tal chegaria aos 85 minutos quando o récem-entrado Petar Musa surpreendeu toda a gente com um gesto técnico primoroso após cruzamento de Morato e fez o resultado final com um belo golo.

Uma vitória do Benfica que não sofre qualquer contestação, e que mantém a pressão sobre o líder Sporting, isto enquanto aumenta a vantagem relativamente ao FC Porto, que agora é de quatro pontos.

O momento do jogo

O Arouca entrava para a segunda parte disposto a tentar chegar ao empate, mostrando-se agora mais subido no terreno. Contudo, o Benfica conseguiu contrariar a estratégia arouquense e fez o 0-2 logo aos 47 minutos; Rafa foi lançado por Di María, e o avançado serviu Kokçu que, de baliza aberta, não desperdiçou. O lance foi anulado por alegado fora de jogo, mas o VAR acabaria por validar o lance.

O melhor

Após se perceber que o Arouca iria subir o bloco para pressionar o Benfica à saída da sua área, rapidamente foi possível concluir que Rafa seria uma peça fundamental no desfecho do jogo, e assim foi. Na altura de explorar a profundidade, o avançado português foi a principal referência e tal acabou por trazer dividendos. Depois de ter visto dois golos anulados (aos 15 e aos 30 minutos), o avançado português inaugurou o marcador aos 39, servido por Di María. No início da segunda parte foi a vez de Rafa fazer a assistência, desta feita para Kokçu, para o segundo golo, aquele que acabou por pender a balança do resultado definitivamente para o lado encarnado.

O pior

Rafa Mujica chegava a esta partida depois de ter apontado um 'hat-trick' diante do Estrela da Amadora. Contudo, o avançado espanhol não conseguiu transportar o bom momento para o jogo diante do Benfica. Apesar de procurar frequentemente a bola e os espaços, Mujica foi quase sempre facilmente anulado pelos centrais encarnados; foram dele as melhores oportunidades do Arouca em todo o jogo: primeiro com um remate perigoso à entrada da área, e depois falhou o empate na cara de Trubin.

O que disseram os treinadores:

Daniel Sousa, treinador do Arouca

Roger Schmidt, treinador do Benfica

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