![Análise Benfica 3-2 Moreirense: Salvo pelo Laboratório do Seixal](/assets/img/blank.png)
Era preciso cumprir e o Benfica cumpriu. Os três pontos arrecadados no sábado na receção ao Moreirense, na 21.ª jornada da I Liga de futebol, permitiu aos encarnados encurtar distâncias para o líder Sporting para quatro pontos e abrir uma margem também de quatro pontos para o FC Porto, 3.º colocado, após o empate entre Leões e Dragões na noite anterior.
Os 3-2 diante do Moreirense foram conseguidos graças às bolas paradas, numa noite em que o Benfica esteve uns furos a baixo a nível de qualidade de jogo, muito por culpa do Moreirense, uma equipa que se apresentou na Luz sem medo de jogar.
FOTOS: O Benfica-Moreirense em imagens
Dar andamento na bola parada
Quando o talento individual e coletivo não chegam, ter um plano B pode ser a diferença entre ser campeão ou acabar em 2.º ou 3.º. À 21.ª jornada, ainda não se sabe em que posição irá terminar o Benfica de Bruno Lage nesta prova, mas uma coisa é certa: por esta altura, é a equipa da I Liga que mais explora o 5.º momento de jogo, segundo Jorge Jesus, ou seja, as situações de bola parada.
Diante do Estrela da Amadora na ronda anterior, os encarnados tinham ganho por 3-2, com dois golos marcados na sequência de bolas paradas (um canto e um livre lateral). Na noite de sábado, foi novamente o Laboratório do Seixal a salvar a equipa de uma exibição cinzenta. Dois golos na sequência de cantos e um de grande penalidade.
Nos jogos em que tem faltado inspiração, o Benfica vai resolvendo e conquistando os três pontos graças ao grande trabalho da equipa técnica e dos jogadores, no aproveitamento das situações do 5º momento de jogo. Com a 21.ª ronda a decorrer, o Benfica é a equipa com mais golos de bola parada na prova: 15 dos 49 golos marcados, quase um terço (31%).
São oito golos nascidos de cantos, um de livre indireto e seis de grande penalidade. Os encarnados são a segunda equipa com mais grandes penalidades convertidas, atrás do Sporting que soma oito. Nos golos de canto, lideram os encarnados, seguido do SC Braga que tem menos um. Nos golos após livres indiretos brilha o Vitória SC com cinco, seguido do Moreirense com quatro.
O duelo com os Cónegos resumiu-se, mais uma vez, no aproveitar das bolas paradas, sem contar com alguns calafrios pelo meio. Na Luz, o Benfica mostrou eficácia ao marcar nos dois primeiros remates à baliza. A equipa de Bruno Lage teve boa réplica do adversário, mas a eficácia acabou por fazer a diferença (três golos em seis remates enquadrados, num total de 11 disparos).
O golo de Otamendi no 3-1 à beira do intervalo (42 minutos) deu mais tranquilidade aos encarnados, depois de Pavlidis ter bisado, aos sete e 15 minutos.
A equipa de César Peixoto, bem organizada no terreno, a saber jogar, sem medo, vendeu cara a derrota e assustou o Benfica na parte final, após Ivo Rodrigues ter feito o 2-3 aos 85 minutos, já depois de Benny ter marcado um belo golo aos 19, que colocava o marcador em 1-2 na altura.
Em termos estatísticos, o Benfica só fez mais três remates que o Moreirense (11 contra 8 no total, 6 contra quatro enquadrados), dominou ligeiramente na posse de bola (54% contra 46%).
Deu para os reforços de inverno, Bruma e Belotti, estrearem-se, mas nem tudo foram boas notícias. Bah e Manu saíram lesionados no primeiro tempo e ainda não se sabe se serão recuperáveis para quarta-feira, para o jogo com o Mónaco no Luís II, na 1.ª mão dos play-off de acesso aos 'oitavos' da Champions.
Polémica: Moreirense pede penálti aos 90
Cinco minutos de ter feito o segundo golo, o Moreirense pediu grande penalidade por mão na bola de Florentino Luís na área do Benfica. Um centro de Joel Jorquera levou a bola a embater no braço do médio do Benfica (sem volumetria), os jogadores do Moreirense pediram penálti, mas o árbitro Bruno Costa, após diálogo com o VAR, mandou seguir.
No 1.º tempo, o árbitro tinha assinalado grande penalidade por mão na bola de Dinis Pinto na área dos minhotos, convertido por Pavlidis. Uma lance que teve intervenção do video-árbitro. O centro de Carreras bate ao de leve no braço do lateral direito, que está afastado do corpo, fora da sua posição natural.
Momento-chave: Otamendi em mais um golo de canto
Numa tarde/noite em que as bolas paradas estavam a fazer a diferença (o Moreirense marcou o 1.º golo na sequência de um lançamento lateral), Otamendi foi deixado solto ao segundo poste e responde com mestria a um canto de Kokcu para o 3-1, aos 42 minutos. A vantagem de dois golos permitiu ao Benfica gerir o jogo de outra forma no segundo tempo, sabendo que os Cónegos teriam de marcar dois para, no mínimo, empatar.
Os Melhores: Pavlidis tomou-lhe o gosto
Criticado por ter pouco golo, Vangelis Pavlidis está definitivamente determinado a provar que os críticos estão errados quanto à sua capacidade de finalização. Nos últimos cinco jogos, só não marco ao Casa Pia, jogo onde entrou no segundo tempo. De resto, aos dois de sábado, juntou o marcado a Juventus e o outro ao Estrela da Amadora, sem esquecer o hat-trick ao Barcelona. 14 golos e sete assistências em 34 jogos pelo Benfica são números agradáveis, sabendo que o grego é mais do que golos.
Em noite 'não': Bolas paradas é Calcanhar de Aquiles dos Cónegos
Se por um lado elogiamos os golos marcados na sequência de bolas paradas do Benfica, os sofridos pelo Moreirense nesse tal 5.º momento de jogo, segundo Jorge Jesus, também são preocupantes. A equipa de César Peixoto é a quarta com mais golos sofridos de bola parada (12), apenas superado pelo Arouca (15), Estrela da Amadora (14) e Gil Vicente (14).
Desses 12 golos, metade foram de canto. Pior só mesmo o Gil Vicente (8 golos sofridos de canto) e Estrela da Amadora (7). A equipa técnica liderada por César Peixoto precisa de inverter estes números.
Reações: Peixoto pede penálti, Lage com dedicatória
Lage dedica triunfo a Bah e Manu, Aursnes admite que se esperava mais do Benfica, apesar da vitória
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