Galeno (dois golos) e João Mário (uma assistência) saíram do banco para ajudar o FC Porto a alcançar o sexto triunfo seguido na época e manter a distância de três pontos para o líder Sporting na I Liga. Os 4-0 dos dragões ao Estoril, na 10.ª jornada da I Liga, são o reflexo do momento de forma dos azuis e brancos, que somaram também o quinto jogo seguido sem sofrer golos.

Para os azuis e brancos, está dado o primeiro passe para 'vingar' as três derrotas (em quatro jogos) diante dos canarinhos na época passada.

Segue-se agora a Lazio, na 4.ª ronda da Liga Europa, antes da deslocação à Luz para o clássico com o Benfica, na 11.ª ronda da I Liga.

FOTOS: As melhores imagens do FC Porto-Estoril

O jogo: Sexta vitória seguida com carimbo do banco

Quaisquer que sejam os motivos para a perda de titularidade de Galeno nos últimos dois jogos do FC Porto, o seu impacto no jogo diante do Estoril deve ser suficiente para Vítor Bruno nem sequer pensar em deixa-lo fora do onze pelo terceiro jogo seguido. O internacional canarinho salto do banco para fazer dois golos em dois remates na goleada dos dragões.

No primeiro, chamou o assistente Martim Fernandes para ajuda-lo no 3-0, de cabeça, e no quarto da noite, o seu segundo na conta pessoal, deu melhor sequência a uma investida de João Mário na direita, outro que saiu do banco para ter impacto no jogo. O bis permitiu-lhe ultrapassar Samu na lista dos melhores marcadores do FC Porto na I Liga, com oito tentos, e igualar o jovem espanhol como melhor marcador dos dragões até agora (11 golos cada um).

Mas antes de Galeno, já a história do jogo estava traçada, praticamente desde os 10 minutos, quando os dragões assentaram arraiais perto da área estorilista, envolvendo os canarinhos numa cantiga de embalar, de bola cá, bola lá, posses longas, sem a vertigem de outros tempos, até ao golpe fatal.

A circulação em todo o campo, quase sem erros (694 passes, 633 deles certos, o que constitui um recorde esta época nos dragões na I Liga, tanto nos passes como nos passes certos, de acordo com dados do 'playmaker' do Zerozero), tirava a paciência aos de Ian Cathro, até ao primeiro golo: defesa subida na tentativa de pressionar o FC Porto, Namaso atacar o espaço onde Martim lhe tinha endereçado a bola e... 1-0.

Os últimos 15 minutos do FC Porto foram de alto calibre, numa equipa em crescendo, com muito futebol pelos corredores, onde tantos os extremos como os laterais combinavam e desequilibravam, principalmente na direita, de onde saíram três dos quatro golos marcados. Martim Fernandes esteve muito ativo, João Mário entrou a tempo de assinar uma assistência.

O Estoril não foi tão agressivo como alguns adversários que já defrontaram o FC Porto e pagaram caro essa atitude. Não fosse a grande atuação do guarda-redes Joel Robles (negou o golo a Namaso em duas grandes oportunidades) e o resultado poderia ter sido outra. Apesar disso, nunca parou de procurar o golo. Valeu ao FC Porto um Diogo Costa seguríssimo, defender os cinco remates enquadrados com a sua baliza. Foram 12, ao todo, feitos pelos homens da linha, apesar terem tido só 33 por cento de posse de bola.

Uma palavra para as mexidas de Vítor Bruno: a troca de Eustaquio por Alan Varela resultou e soltou mais o canadiano, já que nos 45 minutos que esteve em campo, o médio argentino tentou não ir nos duelos, condicionado com a possibilidade de ver um amarelo que o tiraria do clássico com o Benfica na próxima ronda.

Outro destaque nos azuis e brancos é o facto de a equipa não depender tanto de Samu. A equipa apresentou uma variabilidade de soluções na frente, sem procurar tanto o jovem avançado espanhol, o centro das atenções dos adversários. E isso libertou ainda mais, Namaso, Pepê e Galeno.

A terminar, o fantástico gesto de fair-play de Pepê. Aos 23 minutos, um grande passe longo de Diogo Costa deixou o extremo brasileiro no um-para-um com Pedro, Amaral. O jogador do FC Porto ganhou a bola e quando ia para fazer golo ou passar a um colega, viu que o central canarinho tinha caído no chão, agarrado à coxa. Parou a jogada, gesto que foi saudado por Vítor Bruno, pelos colegas e por alguns dos jogadores do Estoril.

Momento do jogo: Falta muito para o Natal, mas já se dão prendas

Cinco minutos depois do gesto de fair-play de Pepê na área estorilista, Boma resolveu 'agradecer' o brasileiro, com uma oferta das grandes. Na saída de bola do Estoril, tentou jogar com Joel Robles sem ver onde o seu guarda-redes estava. Meteu a bola numa zona de ninguém, Pepê foi o mais rápido a reagir e atirou para o fundo da baliza deserta.

Os Melhores: Martim, Galeno e Namaso

Galeno saltou do banco para marcar dois golos, pleno de oportunidade e criar mais uma ocasião desperdiçada por Pepê. Não se sabe se por gestão ou outro fator, mas esteve no banco pelo segundo jogo seguido. Entrou com vontade de mostrar que o seu lugar é no onze.
Ao contrário, Namaso foi titular pelo segundo jogo seguido e podia ter saído do Dragão com o MVP da partida, caso tivesse transformado em golos as oportunidades que teve. Abriu o ativo, mas falhou três flagrantes oportunidades. Destaque para Martim Fernandes, autor de duas assistências. Mais assertivo e mais sólido, o lateral tem vindo a ganhar a corrida ao lugar a João Mário.

Em noite 'não': Fábio Vieira

Voltou a ser titular no FC Porto, depois de alguns jogos a saltar do banco, mas nota-se que ainda está longe da forma física e sem ritmo. Saiu aos 70 minutos, sem conseguir deixar a sua marca no jogo. Precisa de mais tempo.

Reações

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