As aspas não foram colocadas no título para mero efeito decorativo. A temporada está a começar, jogaram-se apenas cinco jornadas até agora, e o processo de adaptação a um novo clube - e em muitos casos a um novo país ou mesmo continente - não se faz do dia para a noite.

Junte-se às habituais dificuldades de adaptação alguns problemas físicos em muitos dos casos e percebe-se que aquilo que os reforços de Benfica, Sporting e FC Porto mostraram - ou não - até agora está longe de ser determinante para a carreira dos jogadores nos clubes em questão.

Ainda assim, e também face ao valor gasto pelos clubes nestas contratações, há já situações que desiludem, ou confundem, os adeptos dos clubes. Por outro lado, há também aqueles que "pegaram de estaca" nas suas novas equipas e que, pelo menos por agora, satisfazem os amantes do futebol e fazem acreditar em títulos e, quiçá, num futuro encaixe financeiro significativo.

Tendo em conta as primeiras cinco jornadas do campeonato, selecionámos quatro reforços para cada uma das equipas, dois que já demonstraram a qualidade necessária para serem opção recorrente e dois que procuram ainda "apanhar o comboio" para o onze titular.

BENFICA

Os melhores:

André Horta: Aos 19 anos, chegou com a complicada tarefa de substituir o prodígio Renato Sanches no meio-campo benfiquista. Está longe de ser uma cópia a papel químico do agora jogador do Bayern, mas ainda assim conquistou com todo o mérito o lugar no onze de Rui Vitória. Falta-lhe melhorar o aspeto físico, mas compensa com uma qualidade técnica acima da média.

Franco Cervi: Tal como Horta, Cervi chegou ao Benfica com a missão de substituir outro craque, neste caso Nico Gaitán. Alinhou em quatro jogos até agora e demonstrou já toques de 'mágico', a fazerem lembrar o jogador que rumou ao Atlético Madrid. Marcou já dois golos, incluindo um golo decisivo na Supertaça, diante do Sporting de Braga.

Os piores:

Danilo Barbosa: Assim como André Horta, foi apontado como possível sucessor de Renato Sanches no meio-campo, mas a verdade é que ainda não somou qualquer minuto em campo. Os problemas físicos afetaram-no e o brasileiro terá agora a difícil tarefa de convencer Rui Vitória a apostar nele depois de Horta já ter agarrado o lugar.

Zivkovic: Um pouco à semelhança de Danilo Barbosa, demonstrou problemas físicos no arranque da temporada e ainda não se conseguiu mostrar aos adeptos. Não é de todo uma situação grave, já que é um atleta em quem a SAD benfiquista confia para os próximos anos, mas certamente gostaria de estar já a experimentar o campeonato português.

SPORTING

Os melhores:

Bas Dost: O avançado holandês implicou um forte investimento por parte da SAD leonina - 10 milhões de euros - mas está a conseguir corresponder às expectativas e a minimizar a dor da perda de Islam Slimani. O ponta-de-lança soma dois golos em dois jogos disputados, frente a Moreirense e Rio Ave, e demonstra-se adaptado às rotinas da equipa, recorrendo à sua capacidade de finalização para fazer a diferença.

Alan Ruiz: Esteve apagado frente ao Rio Ave, mas na equipa do Sporting quem não esteve? Ainda assim, o médio argentino - que Jesus vê também como avançado - demonstrou já qualidade de jogo suficiente para ser opção recorrente do treinador, mesmo que não como titular. Ainda não marcou, mas atuou em quatro partidas até ao momento.

Os piores:

Marcelo Meli: Chegou a Alvalade como um diamante para lapidar, mas com a permanência de Adrien e a chegada de Elias ficou com menos espaço do que seria de esperar. Ainda não foi utilizado em jogos oficiais, mas espera-se que venha a ter oportunidades, até porque a época é longa e a dupla Adrien/Elias poderá não estar sempre disponível.

Castaignos: Continua à espera de uma oportunidade de se mostrar no ataque sportinguista. Além de Bas Dost, os 'leões' contam com André, Alan Ruiz e Spalvis (este último gravemente lesionado). Castaignos poderá vir a ter oportunidades ao longo da época, mas para já terá muito a fazer para convencer Jesus a apostar nele.

FC PORTO

Os melhores:

Felipe: Nas primeiras exibições no eixo da defesa portista, preocupou seriamente os adeptos. O auto-golo frente à Roma não ajudou, longe disso, mas o central brasileiro acabou por se redimir com um golo decisivo na segunda mão. Parece ter conquistado a tranquilidade que inicialmente lhe escapava e forma agora uma dupla sólida, ainda que pouco espetacular, com Iván Marcano.

Óliver Torres: Era o grande sonho da massa associativa portista e acabou por se concretizar. O pequeno mago espanhol chegou ao Dragão com um contrato de empréstimo mais interessante para os portistas e com a desejada opção de compra. Demonstrou já que mantém o toque de bola prodigioso e, volta e meia, faz aqueles passes decisivos que já são imagem de marca. Falta-lhe ainda alguma maturidade no que toca à tomada de decisão, um trabalho para o treinador.

Os piores:

Laurent Depoitre: Certamente terá a sua utilidade em determinados jogos, até pela falta de opções no setor, mas a verdade é que continua a não convencer inteiramente os adeptos. Os portistas não costumam ver com bons olhos os pontas-de-lança ao estilo "homem-alvo", preferindo jogadores mais móveis, rápidos e técnicos. Talvez por isso, tarda em convencer a massa associativa, mas se os golos surgirem, não haverá argumentos para o retirar das opções.

João Carlos Teixeira: Chegou ao FC Porto como pedido expresso de Nuno Espírito Santo e com rótulo de talento do futebol nacional. A chegada de Óliver Torres, grande desejo dos portistas, acabou por lhe retirar (mais) espaço e Teixeira ainda não se conseguiu estrear. Por agora, parece estar a ser "guardado" para competições "secundárias" como as Taças, sendo que talvez essas provas venham a constituir oportunidades para agarrar um lugar regular. Caso contrário, pode ser forte candidato a um empréstimo em janeiro.