Resposta à campeão! Foi dessa forma que o Benfica reagiu a derrota a meio da semana frente ao Salzburgo, com um triunfo contundente em Portimão no domingo, na 6.ª ronda da Primeira Liga, apesar de Roger Schmidt ter colocado a equipa em perigo no segundo tempo.

As águias ganham moral para a receção  ao FC Porto (7.ª jornada da Primeira Liga) na sexta-feira, no primeiro clássico da época. Os dragões lideram a prova com 16 pontos, mais um que os encarnados, segundos, à frente do Sporting (13) que só joga esta segunda-feira.

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O Jogo: Benfica com pressa em resolver

Cinco defesas e mais três médios de início faziam crer que o Benfica iria encontrar um Portimonense muito fechado na defesa. Puro engano. Apesar de atuar com tanta gente atrás, de cariz defensiva, o Portimonense foi presa fácil para o Benfica.

A equipa de Roger Schmidt tinha pressa em resolver a questão, como mostram os golos cedo (05 minutos, por Bah, e 18 minutos por Musa) e a forma como entrou intenso e pressionante.

No primeiro tempo, a forte pressão encarnada assim que perdia a bola surtia efeito, graças também a incapacidade do Portimonense em fazer três passes seguidos. Dener e Carlinhos estiveram sempre fora do jogo, incapazes de ajudar Paulo Estrela na pressão e na ligação com o ataque.

Mesmo com uma linha de cinco atrás e ainda três médios, espaço era o que não faltava ao Benfica, tanto no meio como nas laterais, para jogar com muita à-vontade.

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As facilidades em chegar à área e o resultado ao intervalo (2-0) levaram Schmidt a retirar de campo os três melhores jogadores do Benfica - Kokçu, Petar Musa e Alexander Bah - para lançar João Neves, Jurasek e Arthur Cabral no final do primeiro tempo. Uma mexida que ia correndo mal, já que o Portimonense cresceu no lado esquerdo do ataque (direito do Benfica, onde estava Aursnes no lugar de Bah) e, de lá, criou um golo e um penálti desperdiçado por Rildo.

O golo logo de seguida, de David Neres, colocou um ponto final na reação algarvia.

Tal como frente ao Gil Vicente e Vizela, o Benfica voltou a correr riscos desnecessários, passando de ter os jogos completamente controlados a dar esperanças aos adversários.

Um dado preocupante: o Benfica sofreu o quarto penálti nos últimos três jogos. Neste momento, é a equipa com mais grandes penalidades contra (3) na Primeira Liga. Esta época já sofreu três grandes penalidades: dois na Champions (um desperdiçado) e três na Liga (um desperdiçado).

Outro dado, agora animador: os 16 golos marcados dão ao Benfica o ataque mais concretizador da prova. Os 16 golos igualam ainda o melhor registo do clube à 6.ª jornada da Primeira Liga nos 14 últimos anos.

Já o Portimonense continua sem vencer em casa (duas derrotas e um empate) na Primeira Liga.

Momento do jogo: Trubin redime-se e trava reação algarvia

Numa das poucas descidas do Portimonense, sempre pelo lado esquerdo do ataque, surgiu a oportunidade do 2-2, aos 57 minutos. Um remate de Jasper na área bateu no braço de Morato. Inicialmente o árbitro marcou canto mas, alertado pelo VAR, foi ao monitor rever a jogada e assinalou grande penalidade para os algarvios. Rildo  bateu fraco e denunciado e permitiu a defesa a Trubin, guarda-redes que tinha cometido um penálti sem sentido na derrota diante do Salzburgo, na quarta-feira passada.

Os Melhores: Vinícius impediu goleada, Neres e Rafa aceleraram para a vitória

David Neres e Rafa foram dois dos principais obreiros da vitória do Benfica. Sempre que aceleravam o jogo, causavam pânico, perante um Portimonense que concedeu muito espaço. Foi numa aceleração do brasileiro que nasceu o 1-0, é também David Neres que acelera para assistir Musa no 2-0 e depois é Rafa quem corre com a bola durante vários metros antes de assistir Neres para o 3-1 final. O brasileiro pede um lugar no onze e deixa Schmidt com uma dor de cabeça: quem sai para entrar Neres? Di Maria? João Mário? Musa?

Valeu ao Portimonense a boa atuação do guarda-redes Vinícius, autor de um par de defesas que impediram a goleada dos campeões nacionais.

Em tarde 'não': Portimonense perdido na sua teia

O Portimonense entrou com cinco defesas e ainda três médios mas nunca teve capacidade para travar o Benfica. Com tanta gente atrás, a equipa raramente conseguiu ligar o jogo e sair a jogar. Defensivamente era muito permeável, ofensivamente não existiu no primeiro tempo. Na segunda parte cresceu mas pouco.

Não se sabe qual era a ideia de Paulo Sérgio mas, o que quer que o treinador tenha trabalhado, não saiu como queria.

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