O Sporting venceu o Santa Clara por 2-1, em jogo da nona jornada da I Liga de futebol, depois de ter estado a perder até aos 62 minutos, altura em que beneficiou de uma grande penalidade. Depois da tempestade a meio da semana com o despedimento de José Peseiro, o Sporting alcançou um triunfo suado nos Açores, contra o forte vento e a chuva intensa.
O encontro marcou a estreia do treinador interino Tiago Fernandes. No primeiro encontro a comandar a equipa principal, o filho de Manuel Fernandes decidiu apostar num 4X4X2, alguns dias depois de Peseiro ter afirmado que este este esquema tático não estava devidamente trabalhado para ser utilizado como plano A. Para além disso, o técnico de 39 anos decidiu colocar em campo o ganês Lumor e empurrou para a zona atacante o argentino Acuña que acabou por ser uma das figuras do encontro.
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O Jogo: No meio da chuva e vento fortes apareceu um Acuña decisivo e um Jovane agitador
O Sporting jogou toda a primeira parte a favor do vento forte que se fazia sentir no Estádio de São Miguel, mas nem por isso conseguiu ser eficaz quer nos lances aéreos quer nos remates à baliza defendida por Marco Pereira. A primeira equipa a ameaçar foi o Sporting, aos sete minutos, num remate forte de Bruno Fernandes de pé direito, mas o guarda-redes do Santa Clara impediu o pior com uma grande defesa, com a mão, para canto.
A equipa de Alvalade tentava adaptar-se às condições atmosféricas adversas e ao novo esquema tático, mas encontrava muitas dificuldades em entrar na defensiva açoriana. A primeira meia-hora ficou marcada por uma luta constante pela posse de bola, e por algumas entradas ríspidas com muitas faltas cometidas e três cartões amarelos mostrados pelo árbitro Manuel Mota. O azarado nesta 'guerra' foi Rodrigo Battaglia que saiu aos 26 minutos com uma lesão no joelho direito.
O Santa Clara criava poucas oportunidades no ataque mas acabou por chegar ao golo aos 32 minutos. Zé Manuel aproveitou da melhor maneira a abertura de Osama Rashid e na 'cara' de Renan Ribeiro atirou forte junto ao segundo poste, levando o estádio ao rubro.
O Sporting tentou reagir mas sem eficácia. Apenas aos 42 minutos a bola chegou pela primeira vez em condições ao avançado Bas Dost. Na sequência de um canto da direita, o holandês atirou de cabeça perto do poste da baliza dos açorianos.
Percebendo que a sua equipa não conseguia responder perante a estratégia açoriana, Tiago Fernandes mandou aquecer Jovane Cabral ainda durante a primeira parte e o cabo-verdiano entrou ao intervalo para o lugar do desinspirado Abdoulay Diaby. E provavelmente foi nesta aposta que o técnico conseguiu dar a volta a um jogo que parecia complicado.
O regresso das duas equipas, para a segunda metade, fez-se debaixo de chuva forte e, nos primeiros instantes, destacou-se um remate de Pineda, ao lado da baliza de Renan Ribeiro, com o Sporting a responder por Nani e Acuña. A equipa de Alvalade entrou mais pressionante e com mais velocidade na frente de ataque dada a entrada do trunfo Jovane Cabral e o golo acabou mesmo por aparecer. Aos 62 minutos, Manuel Mota assinalou grande penalidade favorável ao Sporting, considerando falta de Fábio Cardoso sobre Bas Dost, que empatou o jogo, à segunda tentativa, já que na primeira rematou a contar antes do apito do árbitro. Na sequência do lance, e por protestos, Patrick Vieira viu vermelho direto, ação que levou a que o Santa Clara desaparecesse do jogo.
Com os açorianos em inferioridade numérica, o Sporting instalou-se mais no meio campo contrário e partiu à procura do golo que desse a reviravolta no marcador. Aos 75 minutos, o agitador Jovane Cabral tirou da cartola uma assistência para a cabeça do decisivo Marco Acuña que apareceu solto, ao segundo poste, a cabecear para o tento que completou a cambalhota no resultado.
A partir desse momento, a equipa leonina controlou a partida e até podia ter dilatado a vantagem aos 85 minutos, quando Marco deteve o forte remate de Jovane. Na parte final, o Santa Clara ainda tentou chegar à igualdade, mas os vários remates perigosos saíram ao lado da baliza de Renan Ribeiro, o último de Rashid, aos 90+3 minutos.
Com este resultado, o Sporting saltou, à condição, para o segundo lugar, sendo que ultrapassou o Benfica e manteve-se a dois pontos do líder FC Porto, enquanto o Santa Clara, que poderia ser ficado à frente dos 'leões', manteve o sexto posto.
O momento: expulsão de Patrick Vieira
Depois de uma grande penalidade que não deixou margem para dúvidas, Patrick Vieira decidiu complicar ainda mais a missão do Santa Clara e aplaudiu a decisão de Manuel Mota de marcar o castigo máximo. Resultado: o jogador recebeu ordem de expulsão por protestos e deixou a equipa açoriana reduzida a dez.
A figura: Marcos Acuña
O argentino foi decisivo no encontro. Lutador como habitual, o extremo regressou ao seu local predileto com a titularidade de Lumor e foi na frente de ataque que marcou a diferença. Protagonizou vários cruzamentos de qualidade e apontou o segundo golo dos 'leões' num bom cabeceamento ao segundo poste a passe de Jovane.
Os melhores:
Jovane Cabral
Foi uma aposta certeira de Tiago Fernandes. O extremo entrou para o lugar de Diaby e agitou a partida, dando-lhe intensidade. Decidiu quase sempre bem, esteve perto do golo e assistiu Acuña para o tento da tranquilidade.
Bas Dost
O holandês foi outra vez titular em jogos para a I Liga e regressou aos golos quase três meses depois. Após um primeiro tempo discreto, foi fundamental para a conquista dos três pontos. Sofreu a grande penalidade que o próprio converteu no empate aos 62 minutos.
Osama Rashid
Excelente jogo do médio iraquiano. Tem sido uma das figuras da edição deste ano da I Liga e foi o melhor em campo do lado do Santa Clara. Fez a assistência para o tento de Zé Manuel e já depois dos açorianos estarem a perder não deitou a toalha ao chão. Esteve perto de fazer o gosto ao pé com excelente remate já nos descontos, para susto da defesa adversária.
Os piores
Patrick Vieira
Ficou ligado ao jogo pelas piores razões. Aos 63 minutos, após a grande penalidade convertida por Bas Dost, vê um recebe ordem de expulsão por "aplaudir" a decisão de Manuel Mota. Não estava a fazer um mau jogo, mas acabou por complicar a tarefa dos seus colegas.
Reações
Acuña: "Quero dedicar o triunfo ao meu colega Rodrigo Battaglia"
Tiago Fernandes: "Se ficasse 3-1 ou 4-1 para nós não seria injusto"
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