O Sporting entrou em campo com a missão de conquistar os três pontos e consolidar a liderança da I Liga, até porque soube do desaire do Benfica em Rio Maior antes do apito inicial. O conjunto leonino levou a melhor diante do Nacional com dois golos marcantes, numa partida que pecou pela falta de emoção.
Francisco Trincão num momento de inspiração e João Simões com o primeiro golo na equipa dos 'crescidos' dos leões foram os trunfos de uma equipa tímida e pouco intensa, apesar do domínio completo da partida. No lado oposto, o Nacional manteve-se coeso e organizado na estratégia de manter a defesa sólida para travar as investidas leoninas.
Com este resultado, o Sporting deixou a derrota em Leipzig no passado e reforçou a liderança do campeonato com seis pontos de vantagem para o segundo classificado. Já o Nacional, não conseguiu a terceira vitória seguida e mantém os 19 pontos na 14.ª posição.
Tantas vezes o cântaro vai à fonte...
O Sporting tinha a obrigação de entrar forte e capaz de dominar a partida desde o apito inicial. E assim foi, os leões começaram pressionantes e a jogar no meio-campo adversário, mas faltava intensidade para concretizar no último terço. A formação de Rui Borges atacava com cinco elementos (médios subidos) e deixavam o Nacional em perigo em eventuais recuperações de bola em zonas adiantadas do terreno. Contudo, deram de caras com uma equipa bastante compacta e organizada defensivamente que foi sempre travando todas as bolas que chegavam à área.
Os comandados de Tiago Margarido estavam organizados num 5-4-1 com uma linha defensiva bastante junta para impedir que os jogadores leoninos tivessem espaços para entrar entre os defesas. Esse plano foi bem executado e foi difícil existirem ameaças perigosas ao longo do encontro. Sempre que o Sporting chegava à última decisão, o esférico esbarrava contra o muro insular.
A primeira sensação de golo só chegou aos 19 minutos, ainda que não tenha sido assustadoramente perigosa para os alvinegros. Gonçalo Inácio correspondeu, nas alturas, a um livre batido por Quenda e cabeceou à figura de Lucas França.
Até ao final do primeiro tempo, o jogo foi morno, pouco inspirado e sem grande história. O Nacional esteve bem a nível defensivo, mas foi muito errático nas transições para o ataque com muito poucos elementos na saída de bola.
Contudo, o Sporting foi 'salvo' por um momento de grande inspiração de Francisco Trincão. Em cima do intervalo, o avançado tirou as medidas à baliza do Nacional, puxou o pé e rematou de forma brilhante para o 1-0. A trajetória da bola não deu qualquer hipótese para Lucas França e o golo é para ver e rever.
Após o tento, os leões estavam ligados à corrente e Gyokeres apareceu para rematar bem ao seu jeito para uma defesa do guardião dos insulares. O avançado sueco deixou de ser poupado e regressou à titularidade, mas não chegou a dizer 'presente' com uma exibição pouco ou nada vistosa.
No segundo tempo, o Nacional pareceu estar mais disposto a corrigir os erros na transição ofensiva, mas não foi capaz de muito para incomodar Rui Silva. O primeiro remate só chegou a cinco minutos dos 90' por intermédio de Daniel Penha. Enquanto isso, o Sporting preocupava-se com a gestão do resultado e manteve o jogo encolhido até perto do apito final.
Trincão ainda quis repetir a dose, Quenda tentou chegar perto, mas foi Fresneda que esteve mais próximo do golo. Aos 63 minutos, o lateral armou-se em ponta de lança e rematou de primeira para uma enorme defesa de Lucas França.
Os mais de 42 mil adeptos no Estádio de Alvalade esperavam pelo apito final e desesperavam por um resultado mais folgado. O 1-0 era curto e deixava receio de um possível empate. Contudo, os ânimos viriam a acalmar-se com um momento repleto de emoção. João Simões, recém entrado, só precisou de alguns segundos para assinalar o primeiro golo pela equipa principal do Sporting. O 'leãozinho' de 18 anos chorava de felicidade e estava sentenciado o 2-0 final.
Momento-chave: Estreia de João Simões
O menino da formação entrou aos 89 minutos para substituir Francisco Trincão e só precisou de alguns segundos para fazer o gosto ao pé. João Simões recebeu no centro da área um passe de Catamo e rematou para o seu primeiro golo ao serviço da equipa A dos leões. O momento foi de pura emoção e felicidade.
Melhor: Individualidade de Trincão
O golaço de Francisco Trincão para o 1-0 foi fundamental para os leões chegarem em vantagem ao intervalo. A individualidade do internacional português foi o que permitiu desatar o nó que estava presente no jogo leonino, permitindo que a segunda parte fosse de gestão.
Pior
Ataque do Nacional
O Nacional foi competente defensivamente, mas faltou boa execução nas transições. Faltaram pontos de ligação entre os setores com a circulação, o que comprometeu as saídas em contra ataque dos alvinegros. A falta de apoio nos momentos de transição não permitiram que fossem criadas ocasiões de perigo. Por essa razão, o primeiro remate chegou aos 85 minutos e Rui Silva não deixou de um mero espectador.
Gyokeres
O avançado sueco regressou à equipa inicial leonina para voltar a ser a referência no ataque, mas esteve apagado e não conseguiu superiorizar-se aos defesas do Nacional. Viktor teve pela frente uma defesa forte composta por três centrais muito físicos que conseguiram anular o sueco ao longo dos quase 90 minutos jogados.
Reações
Rui Borges diz que Sporting foi bastante competente, Trincão explica golo: "Só quis chutar à baliza"
Tiago Margarido reconhece justiça no resultado. João Gomes enaltece capacidade defensiva do Nacional
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