Ultrapassadas as festas, a Liga está de volta e reinicia com um sempre entusiasmante dérbi da Invicta, para a 16.ª jornada, no Bessa. Apesar das diferenças colossais, FC Porto e Boavista partilham da vontade de vencer no primeiro jogo de 2024, para continuarem a alimentar os respetivos objetivos: os dragões querem prosseguir a escalada até à liderança da classificação, enquanto as panteras procuram dar um pontapé na crise de triunfos.

Para a equipa de Sérgio Conceição, o início do ano pode ser uma boa oportunidade para recomeçar e recuperar o futebol entusiasmante que a equipa já demonstrou noutras épocas, enquanto que no lado do Bessa o novo timoneiro, Ricardo Paiva, procura recolocar as panteras no bom caminho, agora que já estão resolvidos os problemas salariais.

Momento de forma

FC Porto

Os azuis e brancos entram no novo ano após vitórias curtas contra Leixões (Taça da Liga) e Chaves (I Liga), mas Sérgio Conceição ainda procura dar à equipa a estabilidade necessária para consolidar os processos ofensivos e defensivos. As muitas lesões na defesa não têm ajudado, o que aliado à falta de eficácia demonstrada pelos avançados (Evanilson tem 11 golos no total, enquanto Taremi apenas contabiliza seis tentos) podem ajudar a explicar esta primeira metade irregular por parte do FC Porto.

No meio-campo, Eustáquio e Alan Varela parecem as opções mais consistentes, mas Galeno e Pepê, nas alas, não têm demonstrado a capacidade exibida outrora de decidir bem no último terço.

Se na Liga os dragões continuam bem vivos na luta pelo título, na Taça da Liga ficaram pelo caminho na fase de grupos. No entanto, na Liga dos Campeões e na Taça de Portugal os oitavos de final estão garantidos.

Para esta partida, no Bessa, Sérgio Conceição não vai poder contar com Pepe e Alan Varela (castigados), bem como Zaidu e Taremi (competições internacionais). Marcano continua em tratamento e não será opção.

Boavista

A pantera encontra-se numa fase bem diferente, procurando reencontrar-se com aquele grande momento inicial no qual chegou a liderar a Liga. Nos últimos nove jogos apenas conseguiu um empate (contra o Vitória de Guimarães, nos minutos finais) e às fracas exibições junta-se a incapacidade da equipa de recuperar a veia goleadora demonstrada inicialmente.

A queda de forma de jogadores como Tiago Morais, Makouta ou Bozeník ajuda a explicar o panorama, mas não justifica tudo. A questão do atraso no pagamento dos salários também terá tido um forte peso emocional, uma vez que coincide com o decréscimo de forma.

O Boavista está na 13.ª posição, tendo ficado de fora de fase de grupos da Taça da Liga e acabando eliminado da Taça de Portugal pelo Arouca. Petit saiu do Boavista no passado dia 12 e Ricardo Paiva ainda não teve tempo para impor a ideia de jogo que pretende na equipa. Certamente precisará de mais algumas semanas para colocar a equipa à sua imagem e este não é o jogo ideal para grandes invenções, devido à dificuldade extrema de jogar contra um dos candidatos ao título.

De fora das opções continuam os guarda-redes César e Luís Henriques, o defesa Dabó e o extremo Salvador Agra, todos a contas com lesões de longo prazo. Chidozie e Bruno Onyemaechi já partiram para o estágio da Nigéria, país que vão representar na CAN.

Histórico de confrontos

A história dá um claro favoritismo aos dragões, que nos 148 encontros entre as duas equipas, em todas as competições, venceram 102. Registaram-se ainda 23 empates e outros 23 triunfos axadrezados. Nas 148 partidas, os azuis e brancos abanaram as redes 341 vezes, enquanto as panteras marcaram 115 vezes.

Já em termos de I Liga, o histórico mostra cento e vinte jogos entre as duas equipas, com 86 vitórias para FC Porto, 17 empates e 17 vitórias para o Boavista.

A título de curiosidade, a última vitória do Boavista no dérbi da Invicta aconteceu a 28 de abril de 2008, por 2-1. Ricardo Silva e Zé Manuel fizeram os golos axadrezados, enquanto Lucho González marcou para os dragões.

Treinadores

Sérgio Conceição, FC Porto: "Andamos à procura dessa continuidade. Durante a época, sabemos que há altos e baixos, queremos é que esses baixos não coincidam com derrotas. Que se possa ganhar, às vezes, com mais dificuldade. Amanhã vamos apanhar um adversário de valia, e não podemos olhar para estatísticas ou para o que aconteceu no passado, mas sim perceber como constroem, onde pisam o Makouta, o Sebá Pérez, o Tiago Morais, o Bruno Lourenço ou o Reisinho... Perceber o que fazem com bola, que dificuldades tiveram sem bola nos últimos jogos, tendo em conta os processos que o Ricardo Paiva tenta implementar. Para nós, o nosso trabalho é este, em todos os jogos... Seja o Vilar de Perdizes ou o Montalegre..."

Ricardo Paiva, Boavista: "Será um Boavista competitivo, esclarecido, capaz de se adaptar às circunstâncias do jogo, equilibrado, com sentido de missão grande. É nesse registo que nos vamos apresentar. A nossa missão é conseguir arranjar soluções dentro do plantel. Temos de ser criativos e puxar pela cabeça para encontrarmos soluções à altura. Vamos apresentar uma linha defensiva segura, capaz de corresponder às exigências e para fazer face aos diferentes problemas, seja quem for que jogue”

O Boavista, 13.º classificado da I Liga, defronta o FC Porto, que segue no terceiro lugar, às 20.45 horas, no Estádio do Bessa, a contar para a 16.ª jornada do campeonato. O encontro será apitado por Manuel Oliveira (AF Porto), que será assistido por Carlos Campos e Hugo Santos. O VAR estará a cargo de Rui Costa (AF Porto).