O candidato da lista A às eleições do Vitória de Guimarães, António Miguel Cardoso, afirmou que o seu plano para o futebol do emblema da I Liga defende a aposta na formação e na "deteção de talento".
O concorrente às eleições de sábado realçou o desejo de ver o Vitória apurar-se sempre para as competições europeias nos próximos três anos e, para o conseguir, prometeu uma maior interligação entre o futebol profissional e a formação e também a redução, no futuro imediato, de "despesas que não afetem diretamente o futebol" para "equilibrar as contas" da SAD.
"Não é só quando não há dinheiro que apostamos na formação, e, depois, quando as dívidas começam a desaparecer, começamos a fazer compras e esquecemos a formação. O projeto do Vitória é de formação, por um lado, e de deteção de talento, por outro", disse, em entrevista à agência Lusa.
Candidato numa 'eleição a três', a par de Miguel Pinto Lisboa (lista B) e de Daniel Rodrigues (lista C), António Miguel Cardoso assumiu o desejo de contratar para diretor desportivo José Boto, atualmente no Shakhtar Donetsk (Ucrânia), e de apostar em "mercados periféricos" que conhece, como os da Colômbia, do Equador e da Nigéria, sem ter de investir muito dinheiro.
"Quando se fazem investimentos em jogadores da América Latina, temos de ter algum cuidado. Há empréstimos com opções, há jogadores que podem vir com compras de passe gradual. Há muitas formas para fazer com que as coisas funcionem, sem injetar uma despesa direta muito alta", acrescentou.
O 'rosto' da lista A avisou, no entanto, que esse plano exige que o clube, mesmo com alguns poderes de veto na SAD, responsável pelo futebol, mantenha a "blindagem" dos seus estatutos, para impedir que o presidente do Conselho de Administração e o acionista maioritário, Mário Ferreira (57% do capital), possam, conjuntamente, alterar os estatutos da SAD e controlar assim o futebol.
"Nada nos garante que o próximo presidente do clube não queira mudar os estatutos. Aquilo que eu digo é que nem eu posso ter o direito de decidir sobre isso. Queremos automaticamente ir aos estatutos do clube e dizer que o presidente do Conselho de Administração só pode alterar os estatutos da SAD se os sócios disserem que sim ou não", afirmou.
António Miguel Cardoso considerou ainda que o futebol do Vitória vale, na totalidade, cerca de 30 milhões de euros e defendeu que Mário Ferreira não deve ter o controlo total nesse capítulo, já que só investiu 2,5 milhões de euros na SAD.
"Imaginemos, um dia mais tarde, que já esgotámos os recursos todos a nível da gestão e que o clube não consegue dar o salto. Aí sim, vamos ter com os sócios e dizemos: temos aqui um investidor A, B ou C que dá 30 milhões para que o Vitória possa crescer", antecipou.
Vice-presidente do clube entre junho e dezembro de 2004, sob a liderança de Vítor Magalhães, António Miguel Cardoso anunciou ainda os desejos de criar uma equipa sénior feminina de futebol, de construir uma nova academia para o futebol profissional e de ter uma parceria para o basquetebol com o Saski Baskonia, equipa da principal liga espanhola.
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