O presidente do Sporting de Braga disse esta sexta-feira esperar que a campanha ‘Guerreiros Solidários’ possa “despertar consciências para que o futebol e o desporto sejam também agentes ativos na defesa de um mundo mais justo e mais solidário”.

“O resultado da nossa campanha pode ser uma gota no oceano da urgência do apoio humanitário, não apenas na Europa, mas em todo o mundo”, disse António Salvador, durante a visita a Salónica, na Grécia, que serviu para formalizar a entrega de 90 toneladas de alimentos recolhidas no âmbito da iniciativa.

A campanha ‘Guerreiros solidários’, que decorreu durante cerca de um mês, visava angariar 50 toneladas de alimentos não perecíveis para apoiar as ações internacionais de auxílio aos refugiados, mas a meta foi largamente ultrapassada, tendo o clube minhoto juntado quase o dobro - 90 toneladas.

António Salvador gostava que o “humilde exemplo” bracarense pudesse “inspirar muitas outras ações de apoio humanitário” e provar que o futebol pode constituir-se, com a sua força mediática, como um importante veículo no apoio aos desfavorecidos.

“Aliás, os acontecimentos políticos recentes e os sinais de alguma intolerância para com os migrantes que se registam em algumas zonas da Europa são a prova definitiva de que é nossa missão alertar consciências”, observou o presidente do Braga.

Após a receção na câmara de Salónica, representantes do Sporting de Braga, do município grego e da Comissão e do Parlamento Europeu visitaram o campo de refugiados de Diavata, onde estão mais de 1.600 refugiados, maioritariamente sírios.

Christos Stylianides, comissário europeu para a ajuda humanitária, elogiou a iniciativa do clube português, pela “impressionante capacidade” que demonstrou na mobilização de uma população “que também enfrenta dificuldades” em ajudar outras pessoas que passam por uma “situação limite”.

“Vivemos uma crise sem precedentes, é a primeira vez na história da União Europeia que passamos por uma situação destas e há que lhe dar resposta. Esta crise é uma crise europeia e requer uma solução europeia, não podemos fazer de conta que não é connosco, porque o que está em causa é a dignidade humana”, observou Stylianides.