O árbitro de futebol José Rodrigues, agredido por um jogador do Canelas 2010 no início do encontro que opôs a equipa gaiense ao Rio Tinto, disse esta segunda-feira que irá "voltar a apitar", após recuperar das lesões sofridas.

“Nesta altura só penso em recuperar bem. Quando tiver autorização médica vou voltar a apitar. É a atividade que mais gosto e não será o que se passou no fim de semana que me vai afastar da arbitragem”, disse, em declarações divulgadas pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

José Rodrigues apitava o encontro entre o Sport Rio Tinto e o Canelas 2010, da terceira jornada da fase de subida da Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto, quando, decorridos apenas dois minutos, o árbitro foi agredido com uma joelhada na cara por Marco Gonçalves.

Tudo aconteceu quando o juiz da partida sancionou o jogador do Canelas 2010 com cartão vermelho, depois de uma agressão de Marco Gonçalves a um adversário, tendo a polícia sido obrigada a entrar em campo.

Depois disso, o árbitro foi transportado para o hospital e o jogo foi cancelado.

“Sou árbitro de competições nacionais e distritais há muitos anos, mas sei que este episódio não representa a realidade que vivo todos os dias nos campos. Nunca me tinha acontecido nada parecido sequer”, comentou o árbitro, nas primeiras declarações após a agressão.

José Rodrigues agradeceu a ajuda dos colegas, forças de segurança e adeptos, bem como o “acompanhamento permanente do Conselho de Arbitragem da Federação, da Associação de Futebol do Porto e da APAF [Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol]”.

Marco Gonçalves, por seu turno, foi ouvido hoje no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, ficando proibido de contactar árbitros e frequentar recintos desportivos.

O jogador vai ainda responder pelo crime de ofensa à integridade física qualificada, segundo informações prestadas pelo advogado Nélson Sousa à saída do tribunal.

Em comunicado, a FPF tinha já repudiado “de forma veemente” a agressão ao árbitro José Rodrigues, assegurando que “agirá para que este e todos os atos que atentem contra o desporto e a sua essência (…) sejam punidos de forma exemplar e dissuasora”.