Pedro Proença falava no final da cerimónia de entrega das insígnias da FIFA aos 28 árbitros que este ano integram os quadros do organismo que tutela o futebol mundial e que decorreu hoje à tarde no grande auditório do Centro Nacional de Exposições, em Santarém, na presença de meio milhar de pessoas.

«A questão, neste momento, é que ser amador num espetáculo completamente profissional não oferece condições para fazer mais do que o que fazemos», disse Pedro Proença, frisando que a questão «não é financeira».

Pedro Proença adiantou que os árbitros em Portugal «já ganham bastante bem», mas precisam de uma estrutura profissional para que os seus desempenhos sejam melhores, para que possam desenvolver a sua atividade «de outra maneira».

Cético em relação à possibilidade de a profissionalização ser uma realidade enquanto ainda for árbitro, Proença sublinhou que «muito mais do que a expetativa pessoal», o que interessa é a arbitragem no seu conjunto.

«O que penso é que este passo vai ter que ser irreversível. A questão é saber quando é que vai ser dado», afirmou.

Também o novo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, reafirmou a «defesa acérrima» da arbitragem profissional, como condição para uma dedicação «mais intensa» e uma maior competência.

«Não digo que não vão continuar a errar», disse, frisando que, com a profissionalização estarão criadas as condições para «errarem menos».

Fernando Gomes assegurou que «tudo fará» para que as conclusões do grupo que estudou as questões da arbitragem a pedido do Governo, e que apontam «claramente no sentido da profissionalização», sejam concretizadas, para que os árbitros «possam desempenhar melhor o seu papel».