Numa reportagem emitida este sábado pela RTP, três árbitros no ativo denunciam um esquema de falsificação de documentos e de favorecimento nas classificações dos mesmos.

Sob anonimato, os árbitros revelam que o Conselho de Arbitragem altera as notas dadas pelos observadores, de forma "aleatória ou por caras amizades". A reportagem revela ainda que em 2017 os juízes das partidas foram coagidos a assinar um documento que dava plenos poderes ao Conselho de Arbitragem para alterar as notas dos árbitros nas partidas, passando por cima da que tinha sido dada pelo observador da partida.

É ainda denunciado a descida de divisão de árbitros que se encontravam em condições para se manterem na mesma, em detrimento de outros que não tinham essas condições graças a favorecimento por compardio ou relações familiares. Além disso revelam um esquema, por parte do Conselho de Arbitragem que, de forma a evitar as críticas dos clubes grandes,  envia árbitros que não têm boas prestações em Portugal para apitar jogos na Arábia Saudita, o que se revela bastante vantajoso financeiramente.

São expostas ainda pressões realizadas para existir um favorecimento aos três grandes para não existir contestação, chegando mesmo a afirmar que o vídeoarbitro é uma "falácia" e que é utilizado para favorecer alguns clubes, dando o exemplo de uma situação em que o VAR terá chamado o árbitro a reverter uma decisão que estava correta, mostrando-lhe um ecrã negro na zona de revisão, acabando a decisão por ser revertida erradamente.

O canal público revela ainda que contactou com outros árbitros, alguns internacionais, que não desmentiram as alegações feitas na reportagem. Os árbitros intervenientes na peça falam numa teia criada pelo Conselho de Arbitragem, que usa cargos na Federação Portuguesa de Futebol para manter o silêncio dos envolvidos.

O Ministério Público já ouviu vários árbitros e confirmou a abertura de inquérito a alegadas ilegalidades no Conselho de Arbitragem.