Após garantir a segunda presença nas competições europeias, o Arouca procura evitar os erros de 2016/2017, quando disputou a Liga Europa e acabou despromovido da I Liga de futebol, enquanto aponta à melhor pontuação de sempre no campeonato.

O diretor desportivo dos arouquenses, Joel Pinho, aquando do início dos trabalhos de pré-época, expressou a confiança do clube em superar os 54 pontos da última edição da liga e referiu-se ao ‘fantasma’ de voltar a disputar quatro competições como sendo um “mito”.

Especial Arranque da I  Liga 2023/24: análise às equipas, os grandes reforços, as principais saídas

“Temos que perceber que o Arouca, em 2016, não tinha a mesma experiência que tem hoje. Somos um clube muito mais maturado, com mais experiência. Não tenho dúvidas nenhumas de que vamos fazer uma época muito boa. Estamos a trabalhar bem e acredito que, daqui a um ano, vamos festejar outras coisas”, vaticinou o dirigente.

Em 2016/17, os arouquenses, então liderados por Lito Vidigal, participaram nas rondas preliminares da Liga Europa, depois de um quinto lugar alcançado no campeonato anterior. Contudo, em cerca de nove meses, o clube passou de um estatuto ‘europeu’ à queda na II Liga.

Ainda que o plantel mantenha alguma da base, é um Arouca com várias novidades aquele que se apresenta para a nova temporada, a começar pelo treinador Daniel Ramos, que regressa a Portugal com a promessa de incutir mais “verticalidade” no ataque dos 'lobos'.

Chegaram cinco jogadores, para além do prolongamento do empréstimo de Tiago Esgaio pelo Sporting de Braga, sendo os mais sonantes o avançado Cristo González (ex-Udinese), outrora catalogado com uma das promessas da formação do Real Madrid, e o extremo Jason Remeseiro (ex-Alavés), que traz 116 jogos de experiência na principal liga espanhola.

Eboué Kouassi, que já havia jogado pelo Arouca em 2021/2022, regressou em definitivo, vindo do Genk, também chegou Miguel Puche, do Real Saragoça, e ainda o ex-bracarense Pedro Santos.

O foco na aquisição de atacantes deixa antever uma mudança tática de Daniel Ramos, que deverá utilizar dois jogadores na frente, setor que deixa de contar com Oday Dabbagh, que rumou aos belgas do Charleroi.

Para além do palestiniano, saíram alguns ‘pilares’, como o médio defensivo Ismaila Soro (fim do empréstimo pelos escoceses do Celtic), o ‘número 10’ Alan Ruiz, o extremo Antony e o central João Basso, até então capitão da equipa.

O saldo da pré-época foi positivo, com três vitórias (Boavista, Trofense e Anadia) e dois empates (Sporting de Braga B e Moreirense) em cinco jogos.

O ‘travão’ de Daniel Ramos, que pede apenas uma campanha estável, contrasta com a euforia gerada pelos reforços apresentados e apenas o tempo dirá se a época 2016/2017 assumirá o papel de alerta ou de presságio.