O site MaisFutebol revelou as razões que levaram a Comissão de Instrutores da Liga a propôr à Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a interdição do Estádio da Luz, após queixa do Sporting. Os 'leões' apresentaram uma queixa contra o rival da Segunda Circular, por entender que este apoiou as suas claques em jogos entre 14 de janeiro e 4 de abril, referentes a época 2016/2017. Nesse intervalo, os 'encarnados receberam na Luz o Boavista, Tondela, Nacional, Arouca, Desportivo de Chaves, Belenenses e FC Porto.

Diz o MaisFutebol que, na queixa, o Sporting apresentou vários elementos de prova, como imagens televisivas dos referidos jogos, fotografias, cópias de jornais e prints das redes sociais das claques. A Comissão de Instrutores da Liga, juntou todos estes elementos ao acórdão do castigo de um jogo de interdição da Luz decretado pelo IPDJ, também pelo apoio a claques ilegais (num processo que está no TAD), numa acusação de 34 páginas.

Escreve a Comissão da Liga que o Benfica sabia da atividade das claques 'No Name Boys' e 'Diabos Vermelhos' e, mesmo assim, continuava a apoia-los. Atividades essas que as mesmas claques faziam questão de publicitar "bem como demonstrar a sua organização, mobilização e associação" nas redes sociais. Na acusação deduzida, o relator do acórdão sublinha que o Benfica "tem (e tinha) cabal conhecimento de que os Grupos organizados de Adeptos (No Name Boys e Diabos Vermelhos) não se encontram (nem encontravam, à data dos jogos objeto dos presentes autos) constituídos como associação, nem se encontram (nem encontravam) registados no Instituto Português do Desporto e Juventude."

A presença de tarjas e bandeiras no espaço habitualmente ocupado pelo No Name Boys é suficiente para a Acusação concluir que o Benfica presta apoio à claque, escreve a Comissão de Instrução, citado pelo MaisFutebol.

Diz ainda este órgão que o Benfica "concedeu facilidades de utilização das suas instalações para que tais GOA [Grupo Organizado de Adeptos] façam entrar e ostentem, no Estádio da Luz, as referidas bandeiras e faixas de grandes dimensões. [...] A introdução, em recintos desportivos, de faixas e bandeiras de grandes dimensões é uma situação que se encontra vedada aos espetadores comuns dos eventos desportivos e, especificamente, aos normais frequentadores dos estádios de futebol", pode-se ler no documento. A Comissão de Instrutores cita o Oficial de Ligação dos Adeptos do Benfica que disse, em depoimento, que as bandeiras e tarjas são introduzidas no estádio no dia anterior ao jogo para serem fiscalizadas.

A Acusão concluiu que o Benfica cometeu sete infrações disciplinares, punível, cada uma, com a sanção de interdição do seu recinto desportivo, a fixar entre o mínimo de um e o máximo de três jogos, diz o documento citado pelo MaisFutebol.

Na terça-feira, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) puniu o Benfica com a interditação do Estádio da Luz por quatro jogos, uma decisão à qual os ‘encarnados’ anunciaram oposição com uma providência cautelar no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).

Em causa, está uma queixa apresentada pelo Sporting na época de 2016/17 contra o rival pelo apoio prestado a claques não legalizadas.