A Assembleia-Geral da Associação de Futebol de Ponta Delgada decidiu manter o seu presidente, Auditon Moniz, no cargo, apesar deste se encontrar suspenso por 14 meses pela Federação (FPF) devido a falsificação de documentos.

Auditon Moniz foi castigado pela FPF com 14 meses de suspensão, na sequência da falsificação da data de uma ficha de jogo, entre o Santiago e o Operário, que possibilitou que o guarda-redes do Operário participasse no jogo, apesar de castigado.

O presidente do Clube Desportivo de Santo António, João Maria Viveiros, teve a iniciativa de dar um voto de confiança à atual direção e obteve a concordância de todos os clubes, à exceção do Santa Clara, único clube da Região a competir na II Liga de futebol.

"Foi uma moção de confiança a esta direção da Associação de Futebol de Ponta Delgada e ao senhor Auditon Moniz. Acho que ele deve manter-se no cargo até ao final do mandato, independentemente da suspensão, e depois, quando terminar, logo se verá. Acho que deverá sair um dia pela porta grande da associação e não empurrado por dois ou três clubes", disse João Maria Viveiros.

O presidente do Santa Clara, Mário Batista, foi o único a votar contra a continuidade de Auditon Moniz enquanto presidente da direção da Associação de Futebol de Ponta Delgada, considerando que se está a cometer uma ilegalidade por culpa do presidente da Assembleia-Geral, José Medeiros.

"Foi uma Assembleia-Geral totalmente manipulada, encomendada. Há uma série de situações que foram completamente branqueadas pelo presidente da Assembleia-Geral. Não se compreende que exista uma suspensão efetiva do senhor presidente, que não deveria estar em exercício, quando os estatutos da associação são muito claros sobre essa matéria. O senhor presidente da Assembleia-Geral não está a cumprir e deveria dar cumprimento a esses estatutos que promovem a demissão do visado", afirmou Mário Batista.

Visão diferente tem o presidente da Associação de Futebol de Ponta Delgada, que, na sua ótica, só estará impedido de participar em reuniões da Federação Portuguesa de Futebol.

"O que diz o artigo 32 da Federação Portuguesa de Futebol é que eu estou suspenso por 14 meses das atividades da Federação Portuguesa de Futebol, ou seja, sempre que haja uma Assembleia-Geral eu não poderei ter acento nessa Assembleia. O resto, quem manda são os sócios da Associação de Futebol de Ponta Delgada, estou a desenvolver a atividade de presidente por comum acordo com os sócios desta agremiação", disse Auditon Moniz.