"De nada vale o Governo alterar a lei e os regulamentos, se aqueles que fazem parte do desporto não estiverem abertos à mudança", afirmou o presidente da APAF, desafiando "todos os agentes activos do futebol português a reunir, discutir e mudar".

Luís Guilherme encerrava o I Congresso Nacional de Arbitragem, realizado sábado e domingo em Caldas da Rainha.

O congresso demonstrou "que a arbitragem sabe bem o caminho que tem de trilhar" disse Vítor Reis, da comissão organizadora, aludindo aos contributos deixados pelos participantes e que "representam o caderno de encargos".

As conclusões que irão ser enviadas a todas as estruturas desportivas apontam a formação e a profissionalização como essenciais "na qualidade de desempenho do árbitro".

Os árbitros reclamam a definição de uma estratégia de formação assente nas estruturas nacionais (Conselho de Arbitragem da Federação, Comissão de Arbitragem da Liga, Conselhos Regionais e Distritais, APAF e Núcleos de árbitros), passando pela criação de uma Escola Nacional de Arbitragem.

No que toca à profissionalização da estrutura da Arbitragem, exigem autonomia institucional e financeira, de modo a assegurar a credibilidade da avaliação.

A retribuição "é um factor essencial como meio de atracção, retenção e motivação" sublinham, salientando que a profissionalização "não eliminará os erros, mas proporcionará condições para melhores arbitragens".

Os congressistas mostram-se ainda favoráveis à utilização de meios tecnológicos mas apenas "para auxiliar a arbitragem" e após a avaliação da sua fiabilidade.

"A decisão sobre se foi, ou não, cometida uma infracção, com que gravidade e que tipo de sanção técnica e disciplinar lhe deve ser aplicada, há-de competir sempre aos árbitros", ressalvam.