O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) defendeu hoje a instauração de castigos para "mudar as mentalidades" dos dirigentes que se refugiam nos erros dos juízes para justificar os falhanços desportivos das suas equipas.
"Infelizmente, parece que o único caminho será os castigos, se bem que nem mesmo os castigos têm sido dissuadores de que não se venham a repetir esse tipo de situações", sustentou José Fontelas Gomes após a assinatura de um protocolo com uma sociedade de advogados para garantir apoio jurídico gratuito aos associados da APAF, que deverá incidir "sobretudo nas questões da segurança e da fiscalidade".
Fontelas Gomes insistiu na necessidade de "mudar as mentalidades" dos agentes desportivos e "assumir que o erro do árbitro é um erro natural", afastando de vez do léxico futebolístico palavras como "desonestidade, malícia ou premeditação".
"Se existe uma tecla `delete´ no teclado dos computadores é porque até o escritor se engana. Tem de ser assumido, de uma vez por todas, que os árbitros não erram porque querem, erram porquem têm de errar", acentuou, a menos de uma semana do "clássico" Benfica-FC Porto, no estádio da Luz, da 15.ª jornada da I Liga.
Quanto ao protocolo com a sociedade de advogados Nuno Cerejeira Namora, Pedro Marinho Falcão & Associados, sediada no Porto, o presidente da APAF realçou que a associação vai poder oferecer aos seus associados mais serviços jurícos "a um valor gratuito".
O coordenador da área do Desporto da sociedade de advogados, André Dinis de Carvalho, concordou que os árbitros são os "menos protegidos" entre os diferentes atores do mundo do futebol, defendendo a necessidade de agir para "mudar as mentalidades".
Apesar dos problemas de segurança, Fontelas Gomes fez um "balanço positivo" do setor da arbitragem em 2013, recordando as condições de trabalho criadas, designadamente o profissionalismo, a reestruturação dos quadros em termos de progressão na arbitragem e a criação da Academia da Arbitragem.
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