Júlio Vieira, presidente da Associação de Futebol de Leiria, denunciou hoje um atraso «superior a um ano e meio» no pagamento das verbas do policiamento nas divisões secundárias nacionais e nos campeonatos juvenis. 

«O montante a transferir está em falta. Há muitos meses que não há qualquer comparticipação», disse, acrescentando que o assunto vai ser abordado na reunião das associações distritais e regionais, na tarde de sábado, na sede da Associação de Futebol de Viseu.

O presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Carlos Ribeiro, também revelou preocupação à agência Lusa, sublinhando que «os mais de dois milhões de euros por pagar fazem falta às associações».

O dirigente recordou que o último pagamento da comparticipação do MAI no policiamento de espetáculos desportivos de natureza não profissional é referente a «maio de 2010».

Júlio Vieira e Carlos Ribeiro acentuam a apreensão das associações distritais e regionais de futebol e ambos referiram a necessidade de pedir uma reunião ao secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Juvenal Silva Peneda.

A comparticipação das verbas do policiamento em espetáculos desportivos resulta das Apostas Mútuas Desportivas e os dois dirigentes associativos manifestam preocupação pela variável percentual indexada registar uma tendência de redução.

«Ao longo dos anos, o valor das comparticipações tem vindo a reduzir, até porque as receitas das Apostas Mútuas Desportivas têm diminuído. Já esteve em 40 por cento, desceu para 30 e até para 10», afirmou Júlio Vieira, desconhecendo qual é o atual índice.

O presidente da Associação de Futebol de Leiria lembrou ainda que as associações liquidam o pagamento do policiamento dos jogos de futebol "na hora", em muitas "esquadras com dinheiro, porque não se aceitam cheques", pelo que referiu não compreender o atraso nas verbas de comparticipação.

A agência Lusa contactou o MAI, mas não recebeu qualquer informação do gabinete de imprensa do organismo em tempo útil.

Outra das questões que constam da ordem de trabalhos da reunião das associações distritais e regionais em Viseu é a eleição de delegados para a nova Assembleia-Geral (AG) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Apenas 20 das 22 associações podiam eleger um delegado, do encontro de 27 de julho, em Lisboa, saiu a decisão de as estruturas de Bragança e Horta ficarem de fora.

Os delegados à nova AG da FPF têm ser comunicados até 15 de setembro e as candidaturas para os órgãos sociais podem ser apresentadas até 27 de outubro.

A eleição de delegados está consagrada no novo Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFP), aprovado na generalidade pelo plenário de órgãos sociais da FPF a 19 de março deste ano.

O processo de adequação dos estatutos da FPF ao RJFD arrastou-se por quase dois anos e levou à suspensão do estatuto de utilidade pública da federação.