O presidente da Câmara Municipal de Braga (CMB), Ricardo Rio, disse hoje à agência Lusa que o apoio da autarquia ao Sporting de Braga para a construção da sua academia só avança com o modelo de financiamento definido.

Na segunda-feira, durante o jantar de homenagem que o clube ofereceu à equipa júnior de futebol que se sagrou campeã nacional, o presidente dos "arsenalistas", António Salvador, lançou um repto a Ricardo Rio considerando que, sem a ajuda da autarquia, a academia será "quase impossível" de concretizar.

No discurso, no Estádio Municipal de Braga, o dirigente frisou que evoluem no Sporting de Braga "mais de 800 jovens", mas lamentou que, "apesar dos esforços diários de todos", o clube "não possa dar as melhores condições para que possam desenvolver a sua formação".

"Como é do conhecimento público, temos um projeto para a nossa academia, algo que é fundamental para o futuro do Sporting de Braga. Aguardamos que a Câmara Municipal disponibilize o terreno para a construção da academia. Estou certo de que esse é também um objetivo do presidente da Câmara, [porque] sem o aval da Câmara será quase impossível esse sonho", afirmou.

Hoje, Ricardo Rio disse à Lusa que "nada mudou" desde a última vez que falou com António Salvador, na altura da sua recandidatura, em dezembro de 2013.

"Na altura, o que eu lhe disse foi que só podia ter qualquer tipo de colaboração, cedência de terrenos ou outra, quando o modelo de financiamento estivesse clarificado. Reitero a disponibilidade para colaborar, mas não vamos avançar para a compra ou cedência de terrenos sem termos as garantias de que o projeto será concretizado. A alocação de recursos [pela CMB] só avançará com o modelo de financiamento definido", reforçou.

O autarca disse saber que o Sporting de Braga "estava a trabalhar" nesse modelo, tentando, nomeadamente, verbas de fundos comunitários, mas que ainda nada lhe foi apresentado.

"A academia é um projeto do Sporting de Braga que contará com a colaboração da CMB e não o contrário", frisou.

Lembrou que sempre foi um defensor do projeto, primeiro porque "será para todas as modalidades" do clube e, depois, porque "permitirá libertar recursos para outras coletividades, além de ser um fator de dinamização da economia e de criação de emprego".

O autarca garantiu, contudo, que, "no imediato, o que está a objetar [o avanço do projeto] não é a CMB ceder ou não um terreno, é o modelo de financiamento e é por isso, que enquanto isso não lhe for apresentado, não vai fazer nenhuma diligência".