O avançado brasileiro Welinton Júnior rescindiu na segunda-feira de forma unilateral o contrato com o Desportivo das Aves por salários em atraso, confirmou hoje à agência Lusa fonte do último classificado da I Liga de futebol.
Além do incumprimento de ordenados, o extremo, de 26 anos, alega ainda que ainda estará por pagar o prémio de assinatura quando chegou ao emblema do concelho de Santo Tirso em julho, proveniente do Coritiba, então na Série B do futebol brasileiro.
Welinton Júnior era o elemento mais concretizador do Desportivo das Aves, com 10 golos em 25 encontros, sete dos quais no campeonato, e estava vinculado até junho de 2022, mas abandonou a Vila das Aves evocando os últimos três meses de salários em atraso.
O guarda-redes francês Quentin Beunardeau optou pelo mesmo desfecho um dia depois e a SAD só foi notificada da rescisão na quinta-feira, num diferendo que pode acabar com as duas partes a esgrimir argumentos nas instâncias judiciais.
O dono da baliza está a contas com um processo disciplinar instaurado pelo departamento jurídico avense, ao invocar a infração do regulamento interno, que inviabiliza declarações à comunicação social sem autorização do clube, tal como o médio Estrela.
Em 22 de março, Beunardeau garantiu à Radio Monte Carlo que as dívidas sobre o iraniano Mohammadi e o brasileiro Welinton Júnior foram repostas pela diretora executiva Estrela Costa antes da derrota com o Sporting (2-0), em 08 de março, da 24.ª jornada.
O Desportivo das Aves começou a acertar os salários em atraso dos futebolistas dos plantéis principal e sub-23 na quarta-feira, incluindo o pagamento dos dois primeiros meses do ano aos dois jogadores que rescindiram com o lanterna-vermelha da I Liga.
Os nortenhos tinham falhado em 02 de abril a regularização dos ordenados referentes ao período entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, após um prazo adicional de 15 dias indicado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
A administração liderada pelo chinês Wei Zhao justificou as dívidas com a paralisação da atividade económica na China, motivada pela pandemia de COVID-19, tendo o processo sido encaminhado para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
De acordo com os regulamentos, os nortenhos podem perder dois a cinco pontos, face aos 13 que somaram em 24 jornadas, nove abaixo da zona de salvação, numa altura em que a I Liga está suspensa por tempo indeterminado, devido ao novo coronavírus.
Para atenuar os efeitos financeiros da paragem, o Desportivo das Aves ainda aguarda que seja definido um acordo generalizado entre os primodivisionários, pelo que continuará pendente a regularização dos ordenados de março, que venceram no domingo.
Os pupilos de Nuno Manta Santos estão de férias até 27 de abril, numa decisão acordada na terça-feira entre o plantel e a administração da SAD, antecipando uma possível conclusão da temporada no verão e mudanças no calendário da próxima época.
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