O Benfica foi à Eredivisie contratar Pavlidis para solucionar o problema do ponta de lança, depois do falhanço Arthur Cabral em 2023/24, mas, cumprida a primeira volta da I Liga de futebol, parece de regresso à ‘estaca zero’.

Melhor marcado da principal liga dos Países Baixos da época passada, ao serviço do AZ Alkmaar, com 29 golos em 34 jogos, o avançado internacional grego foi contratado por 18 milhões de euros e parecia ser o jogador que os ‘encarnados’ precisavam, algo que a pré-temporada reforçou.

O grego marcou um golo ao Farense (5-0), ‘bisou’ com o Celta de Vigo (2-2), voltou a faturar frente a Almería (3-1) e Brentford (1-1) e colecionou novo ‘bis’ face ao Feyenoord (5-0), ficando apenas em ‘branco’ no último jogo, com o Fulham (0-1).

Depois de sete golos em seis jogos incompletos (321 minutos), ‘estava’ encontrado o ponta de lança, só que, com o começo dos jogos oficiais, Pavlidis, que entretanto fez 26 anos, deixou de marcar com regularidade, fechando a primeira volta da I Liga com ‘míseros’ quatro golos, em 17 jogos, 15 dos quais como titular.

O ex-AZ marcou o primeiro golo do Benfica na prova, à segunda jornada, aos 70 minutos da receção ao Casa Pia (3-0), voltou a abrir a contagem à sexta, aos 11, no Bessa (3-0), apontou o tento da vitória à 10.ª, aos 54, no reduto do Farense (2-1), e, à 15.ª, inaugurou o marcador face ao Estoril Praia (3-0).

Em mais de 1.200 minutos, o grego marcou menos um golo do que o suíço Amdouni, que somou cinco, mesmos só sendo titular em duas ocasiões e não tendo chegado aos 400 minutos de utilização.

Pavlidis, que foi substituído em 13 ocasiões – só atuou os 90 minutos nas duas primeiras rondas -, também foi batido pelos extremos Aktürkoglu e Di María, que são os melhores marcadores dos ‘encarnados’ no campeonato, ambos com seis golos.

O avançado helénico, que nestes primeiros seis meses de Benfica teve a sua grande noite ao serviço da Grécia, com um ‘bis’ face à Inglaterra (2-1), em pleno Wembley, para a Liga das Nações, está, assim, com números a ‘quilómetros’ do esperado.

A falta de grandes penalidades – marcaram-nas Di María (três) e Marcos Leonardo (uma) – e algum azar, como o facto de ser o jogador que mais vezes acertou nos ‘ferros’, estão longe de explicar tudo.

Feitas as contas, Pavlidis não está, minimamente, a justificar o investimento, mais ainda se comparado com os dois pontas de lança titulares dos adversários diretos: Gyökeres (Sporting) soma 21 golos e o estreante Samu (FC Porto) conta 13.

Ainda assim, o grego foi indiscutível tanto para Roger Schmidt como para Bruno Lage, que só não o colocaram no ‘onze’ nos redutos do Sporting (jogou Amdouni) e do AVS (Arthur Cabral foi o ponta de lança, com o suíço, que marcou, na direita), mas os ‘encarnados’ não ganharam nenhum dos jogos.

Os ‘encarnados’ estão, assim, a reviver a época passada, em que apostaram em Arthur Cabral, contratado à Fiorentina por 20 milhões de euros, para fazer ‘esquecer’ Gonçalo Ramos, vendido ao Paris Saint-Germain, mas o ‘tiro’ saiu completamente ao lado.

Na I Liga 2023/24, Arthur Cabral disputou 28 jogos, 13 como titular e 15 como suplente, para um total de mais de 1.300 minutos, e ficou-se pelos seis golos, numa equipa liderada pelos 14 tentos de Rafa e os nove de Di María.

Quanto aos outros pontas de lança, o jovem brasileiro Marcos Leonardo, que chegou apenas em janeiro, por 18 milhões de euros, marcou sete golos, em pouco mais de 300 minutos, o croata Musa saiu na mesma altura, já com cinco, e Tengstedt ficou nos quatro.

Na última década, o Benfica teve o melhor marcador, a meio, em cinco ocasiões, por intermédio de Jonas (18 golos em 2015/16 e 20 em 2017/18), Pizzi (12 em 2019/20), Darwin (13 em 2021/22) e Gonçalo Ramos (12 em 2022/23), mas, na presente temporada, falta quem marca golos com regularidade no clube da Luz.