A aposta num novo treinador, o alemão Roger Schmidt, e o acerto em reforços embalaram o Benfica para o 38.º título de campeão, com as ‘águias’ de regresso ao topo do futebol nacional.

Depois de um ‘jejum’ de quatro anos, em que viu FC Porto (2019/20 e 2021/22) e Sporting (2020/21) fazerem a 'festa', o Benfica precisou de se reorganizar para voltar a ser feliz.

Primeiro a aposta do presidente Rui Costa num treinador estrangeiro, o que não acontecia desde Quique Flores (2008/09), e depois com a capacidade de contratar com acerto e, ao mesmo tempo, valorizar a ‘prata da casa’.

Roger Schmidt, ex-PSV, alargou a pré-época a quase 40 jogadores, mas tirou dividendos quando precisou, especialmente com a ‘promoção' de António Silva, num momento em que se deparou com várias ausências no setor mais recuado.

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O central, então com 18 anos, foi o rosto visível de uma aposta sem ‘medos’ do treinador, à semelhança do que também fez com o regressado Florentino, que tinha estado emprestado, ou da afirmação do avançado Gonçalo Ramos.

A equipa manteve a experiência do capitão Otamendi e de ativos como Vlachodimos, Rafa ou Grimaldo, e soube, em nova época, ‘reinventar-se’ e ter verdadeiras valias em posições-chave.

Apesar das saídas de históricos como André Almeida, no mercado de inverno, ou no início, de Pizzi – além do goleador Darwin Nuñez – o desenho do novo Benfica fez-se com critério.

Entre os reforços, o campeão mundial Enzo Fernández foi incontornável na primeira metade de época, não só pelo clube, como pela Argentina já no Mundial2022, levando à sua saída para o Chelsea por 121 milhões de euros.

Uma perda que não teve o impacto negativo esperado, com Schmidt a reconfigurar o ‘miolo’, primeiro com Chiquinho e Florentino, e depois deixando cair este último para o aparecimento de um miúdo de 18 anos, chamado João Neves.

O treinador, como já tinha feito com António Silva, voltou a mostrar que a juventude e uma menor experiência não o impediriam de encontrar soluções, e, em ambos os casos, com êxito.

Outras novidades na época foram o lateral direito Bah, o médio norueguês Fredrik Aursnes, um verdadeiro 'todo o terreno', o desequilibrador, mas intermitente, David Neres, o suplente goleador Musa ou o menos utilizado Ristic.

Gonçalo Ramos, juntamente com o médio João Mário, foram os marcadores de serviço, com o avançado a passar da noite para o dia, de uma época para outra, de um total de oito para 27 golos.

Da época, em que a equipa chegou aos quartos de final da 'Champions', mas foi afastada da Taça de Portugal e da Taça da Liga, fica a não afirmação de Julian Draxler.

O alemão, cedido pelo Paris Saint-Germain, nunca foi verdadeiro reforço, entre sub-rendimento e lesões, bem como Gonçalo Guedes, cedido em janeiro pelo Wolverhampton, mas igualmente com problemas físicos.

A equipa esteve sempre na frente da I Liga, em que chegou a ter séries de 13 (12 vitórias e um empate) e 12 jogos sem perder (11 vitórias e um empate), de agosto a dezembro e de janeiro a abril, respetivamente.