Com o FC Porto no horizonte, pois a segunda mão da meia-final da Taça de Portugal está agendada para quarta-feira (20h30), o Benfica surgiu esta tarde frente ao Beira-Mar com um onze pouco usual, onde se destacam as ausências de muitos habituais titulares. Aimar, Jara e Carlos Martins eram as excepções na equipa, onde se salientava ainda a estreia na Liga do argentino Fernández.

O Beira-Mar, por sua vez, entrou com o conforto de ver a sua permanência na 1ª Divisão assegurada pela derrota da Naval diante do Rio Ave. No entanto, isso não impediu que a formação de Aveiro apresentasse uma boa atitude na Luz, sempre atrevida e bem organizada.

Os encarnados entraram melhor no jogo e Kardec podia ter adiantado o Benfica logo aos 8’, mas chegou atrasado ao desvio para um golo certo. Na resposta, o Beira-Mar lançou a primeira ameaça, com Wilson Eduardo a atirar para boa defesa de Júlio César, na sequência de uma falha de Sidnei. Foi a primeira de algumas falhas do central e a primeira de várias boas intervenções do guardião.

Desinibida, a equipa treinada por Rui Bento aproveitava algumas hesitações na defesa encarnada e o muito espaço que lhe era concedido. A ‘segunda linha’ lançada por Jorge Jesus – que não se senta no banco devido ao castigo de 11 dias aplicado pela Liga – evidenciava uma notória falta de rotinas.

Aimar e Carlos Martins pareciam falar uma linguagem diferente dos colegas e disso se ressentia o ataque do Benfica, quase sempre feito com pouca velocidade e baixa dinâmica.

Só mais perto do final da primeira parte é que o jogo se tornou mais interessante, com os anfitriões a tornarem-se mais acutilantes. Aliás, Rui Rego assinou a defesa da tarde a negar o golo num cabeceamento a Alan Kardec, aos 33’. Pouco depois, foi Carlos Martins a atirar forte, com a bola a tocar ainda na parte de fora do poste.

Contudo, o intervalo não chegou sem um caso polémico. Já no minuto de desconto, Aimar cobra um livre no flanco direito e a bola acaba por entrar na baliza do Beira-Mar, tendo aparentemente desviado num defesa aveirense. Os encarnados festejaram, mas o árbitro Elmano Santos acabou por assinalar supostamente uma posição irregular de Kardec, por indicação do seu auxiliar.

Os protestos no estádio foram mais do que muitos e o apito final soou assim no meio de um enorme coro de assobios. Este Benfica de ‘segunda linha’ tem 45 minutos para provar que pode ser uma alternativa real.