Até pouco mais de metade da prova, o Benfica foi “um campeão quase anunciado”: uma boa série de triunfos, futebol a entusiasmar, elogios dos adversários e, acima de tudo, uma vantagem que chegou aos cinco pontos para o rival FC Porto.

O técnico Jorge Jesus juntou algumas caras novas à estrutura-base já existente e o campeonato correu de feição durante quase dois terços, mas o pior estava para vir.

Depois da perda de apenas seis pontos nos primeiros 18 jogos – visitas ao Gil Vicente (2-2) e aos rivais FC Porto (2-2) e Braga (1-1) -, a mudança de paradigma fez-se em três “simples” rondas, com os “encarnados” a perderem consecutivamente oito pontos.

O cenário começou à 19.ª jornada, com a primeira derrota em toda a Liga (1-0 em Guimarães), e prosseguiu com empate em Coimbra (0-0), resultados que custaram aos “encarnados” a perda da liderança isolada, precisamente antes da receção ao FC Porto, vencedor por 3-2, com um golo irregular de Maicon.

O Benfica ficava a três pontos do FC Porto e com desvantagem no confronto direto e a crise chegava à Luz, com a equipa – à semelhança de épocas anteriores – a fraquejar na reta final e a mostrar-se incapaz de recuperar das mazelas, dizendo um adeus definitivo com o desaire em Alvalade.

No plantel, o reforço e lateral-esquerdo Emerson mostrou ser o elo mais fraco, numa incompreensível teimosia de Jesus, em contraponto com Capdevila, o campeão europeu e mundial que raramente foi opção.

Por seu lado, o guarda-redes Artur, o central Garay e o médio Witsel mostraram ser boas aquisições, a par de duas novas “asas” no ataque - nem sempre titulares -, o espanhol Nolito (segundo melhor marcador da equipa) e o brasileiro Bruno César.

Com uma época mais irregular, mostrou-se o argentino Gaitán, e cada vez menos espaço teve Saviola, que no primeiro e único título de Jesus tinha feito a “sociedade” perfeita com Cardozo, homem-golo da equipa e do campeonato, com 20 golos.

O Benfica viu ainda crescerem dois novos jogadores, móveis, rápidos e com faro de golo. O espanhol Rodrigo – baixou de forma após lesão em fevereiro – e o português Nélson Oliveira, que representa uma nova geração de avançados e poderá ser uma das apostas de Paulo Bento para o Euro2012.