Benfica e FC Porto apresentam números semelhantes no "mercado" de transferências para 2014/15, que encerrou segunda-feira e confirmou a tendência dos "grandes" do futebol português para valorizar e vender, embora nem tudo entre nos cofres dos clubes.
Os "encarnados" e os "dragões" fizeram aquisições na ordem dos 35 milhões de euros (ME) e vendas acima dos 70 milhões, mas o encaixe em alguns casos foi dividido com outros parceiros, nomeadamente fundos de investimento.
O Sporting, mais gastador do que no ano passado, foi, mesmo assim, mais contido do que os rivais, aplicando cerca de 18 ME no plantel, enquanto as saídas renderam perto de 32 ME.
No capítulo das vendas, o FC Porto fez um dos melhores negócios do verão, com a transferência de Mangala para o Manchester City, por 40 ME (30 ME para o clube por 56% do passe), o que faz do francês um dos defesas centrais mais caros de sempre e protagonista da quinta maior transferência do defeso.
Mangala foi acompanhado pelo médio brasileiro Fernando, pelo qual o clube campeão de Inglaterra desembolsou 15 ME, tanto quanto o valor da cedência definitiva de Iturbe ao Verona, embora o FC Porto apenas tenha recebido 6,75 ME pela sua percentagem do passe do extremo argentino. O regresso do médio Defour à Bélgica (Anderlecht) valeu 6 ME.
O Benfica perdeu cinco dos jogadores mais utilizados por Jorge Jesus na caminhada para o título: Markovic rumou ao Liverpool (25 ME - metade para o Benfica), Oblak trocou as redes "encarnadas" pelas do Atlético de Madrid (16 ME), Garay mudou-se para o Zenit (6 ME – 2,4 para as “águias”), Rodrigo foi para Valência e o brasileiro Siqueira regressou ao Atlético de Madrid.
As percentagens dos passes de Rodrigo e André Gomes, que também seguiu para Valência, renderam 33 ME, embora o valor global das transferências fosse de 45 ME, enquanto o paraguaio Cardozo, melhor marcador estrangeiro da história do Benfica, rumou ao Trabzonspor a troco de 5 ME.
Menos ativo, o Sporting negociou Rojo com o Manchester United por 20 ME, mas o valor da operação pode estar em risco, porque o fundo de investimento que detinha 75 por cento do passe reclama a sua parte, apesar de os "leões" terem resolvido os contratos alegando justa causa. Dier, produto da formação, saiu para o Tottenham por 5 ME.
Os três registaram baixas importantes, mas resistiram a ceder todas as suas pérolas: o Benfica segurou Enzo Pérez e Gaitán, decisivos na conquista do título na época passada, o FC Porto reteve Jackson Martínez, melhor marcador das duas temporadas anteriores, e o Sporting não cedeu às investidas por William Carvalho, a grande revelação de 2012/13, nem por Slimani.
No campo das entradas, o FC Porto fez também a contratação mais onerosa, desembolsando 11 ME pelo extremo Adrián (ex-Atlético de Madrid), um dos sete espanhóis que ingressaram no plantel comandado por Julen Lopetegui. Pelo defesa holandês Martins Indi (ex-Feyenoord) deu 7,7 ME e pelo médio franco-argelino Brahimi (ex-Granada) pagou 6,5 ME.
Entre os novos jogadores do Benfica, o mais caro foi o grego Samaris (ex-Olympiacos), contratado por 10 ME, seguindo-se o italiano Cristante, jovem promessa italiana, de 19 anos, que deixou o AC Milan por 6 ME, e o brasileiro Talisca (ex-Esporte Bahia), que custou 4 ME e que, com 20 anos, já ganhou um lugar no "onze" de Jorge Jesus.
A custo zero chegou o guarda-redes internacional brasileiro Júlio César.
O Sporting fez opções menos dispendiosas, sendo o seu negócio mais caro os 3,5 ME da transferência do jovem escocês de 18 anos Ryan Gauld (ex-Dundee United), que para já vai estando na equipa B, enquanto o nome mais sonante chegou sem custos: o empréstimo de Nani pelo Manchester United.
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