A Oferta Pública de Obrigações do Benfica, cujos resultados foram hoje apresentados na Bolsa de Lisboa, renderam à SAD benfiquista 50 milhões de euros (ME), que servirão para consolidar o passivo da sociedade num prazo mais alargado.

Segundo os dados apresentados na 'praça' portuguesa, a procura das obrigações do clube ultrapassou 2,59 vezes a oferta (quase 130ME), tendo sido contabilizados um total de 6.838 investidores, durante os nove dias úteis da oferta.

Com o preço de cada título fixado em cinco euros, cada investidor foi obrigado a adquirir no mínimo 20 obrigações (100 euros).

A Oferta Pública decorreu entre 20 e 29 de abril, terá a duração de três anos (até 2019) e oferece uma taxa de juro nominal bruta de 4,25 por cento.

Durante a sessão, o administrador da SAD do Benfica Domingos Soares de Oliveira realçou a "confiança dos investidores no Benfica" e lembrou que, nos dois últimos anos, os ‘encarnados’ faturaram 200ME anuais e que "não há outra entidade em Portugal a fazer o mesmo", condição que lhes permite estar "entre os 30 primeiros clubes europeus a nível da faturação".

"Ao contrário de alguma poluição sonora que se vai ouvindo, os capitais próprios da SAD são positivos, quer no exercício 2014/15, quer no final do primeiro semestre do atual exercício, que terminou em dezembro. Continuaremos a respeitar os mais exigentes critérios de ‘fair-play’ financeiro da UEFA. Aliás, nunca tivemos qualquer incidente com a UEFA", adiantou.

Desta forma, o dirigente rejeitou que o Benfica esteja na falência, como recentemente afirmou o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho.

"Somos uma sociedade cotada e, por isso, temos de cumprir um conjunto de requisitos extremamente vastos e que estão sob a supervisão de auditores e da CMVM. As contas da SAD estão perfeitamente controladas. Não vou comentar aqui as palavras do presidente do Sporting, porque seria um local inadequado e por respeito à Euronext", referiu.

Por outro lado, Domingos Soares de Oliveira admitiu que as ‘águias’ têm o "sonho" de vir a conquistar uma Liga dos Campeões, ainda que tenha salientado que "o espaço para disputar uma final está reservado aos clubes mais ricos".

"Não podemos dizer que essa ambição não deve existir, mas os clubes que costumam disputar as meias-finais e final da Liga dos Campeões, são os clubes mais ricos, com uma faturação muito próxima dos 600 ME. Nós temos conseguido ter um crescimento muito significativo. Em 2004, tínhamos uma faturação de 40ME e hoje temos uma faturação de 200ME", concluiu.