O Benfica avançou para o reforço do seu departamento jurídico, com a integração de João Medeiros, Paulo Saragoça da Matta e Rui Patrício. Em comunicado publicado no seu site oficial, os 'encarnados' explicam que esta decisão vai "permitir a total concentração do Presidente e da gestão executiva na obtenção dos resultados desportivos, económicos e financeiros fixados".
A entrada destes três elementos vem responder ao pedido do advogado João Correia, sócio fundador da CSA – Sociedade de Advogados, "no sentido de proceder a uma ampliação do apoio jurídico ao SL Benfica" e "criação de equipas especializadas para assessorar o SL Benfica nas diversas matérias em causa".
Eis o comunicado na íntegra
"Considerando os processos e investigações judiciais em curso e as melhores práticas de gestão observadas em organizações internacionais em contextos similares, torna-se imprescindível criar condições organizacionais que permitam a total concentração do Presidente e da gestão executiva do SL Benfica no seu core business, por forma a alcançar todos os resultados desportivos, económicos e financeiros fixados.
Considerando, ainda, que para o cumprimento do objetivo essencial antes mencionado torna-se imprescindível implementar um modelo de gestão abrangente dos assuntos jurídicos, comunicação pública e governance, tudo em relação a tais processos e investigações judiciais, que detenha as competências e recursos necessários à defesa da reputação e do bom-nome do SL Benfica, com integral respeito pelo funcionamento do sistema judicial.
Considerando, por fim, o volume e a complexidade das várias matérias jurídicas e processos judiciais em que, do lado ativo ou passivo, o SL Benfica está envolvido, e a solicitação, entretanto recebida, do sócio fundador da CSA – Sociedade de Advogados, João Correia, no sentido de proceder a uma ampliação do apoio jurídico ao SL Benfica, torna-se essencial proceder à criação de equipas especializadas para assessorar o SL Benfica nas diversas matérias em causa.
Assim, após reunião da Direção do Sport Lisboa e Benfica e do Conselho de Administração da Benfica SAD, foi deliberado, por unanimidade, implementar um modelo de gestão autónomo das matérias antes mencionadas, o qual, entre outras funções e objetivos, contempla a criação imediata de uma equipa independente de patrocínio judicial e aconselhamento jurídico estratégico, que incluirá, desde já, os advogados João Medeiros, Paulo Saragoça da Matta e Rui Patrício.
Mais foi deliberado manter na CSA – Sociedade de Advogados, cuja equipa é composta por João Correia, José Luís Seixas, Pedro Correia e Miguel Lourenço, a condução das matérias jurídicas do Sport Lisboa e Benfica.
O SL Benfica reforça, por último, o seu objetivo e fundamento principal com esta deliberação: permitir a total concentração do Presidente e da gestão executiva na obtenção dos resultados desportivos, económicos e financeiros fixados."
De recordar que a SAD do Benfica foi constituída arguida no processo 'E-Toupeira', que já levou a saída de Paulo Gonçalves do Departamento Jurídico do clube. Além disso, o clube está envolvido em mais quatro casos investigados pela justiça portuguesa.
Caso dos Vouchers (alegada corrupção em que o Benfica oferecia prendas a árbitros, delegados e observadores dos jogos), o 'Caso dos E-mails' (investiga alegado esquema de corrupção do Benfica para favorecer árbitros), a 'Operação LEX' (onde o juiz Rui Rangel é investigado por crimes de tráfico de influência. Luís Filipe Vieira, presidente do clube, é implicado no caso porque alegadamente teria pedido ao juiz que intercedesse num processo fiscal relacionado com uma das suas empresas. Como contrapartida, Rangel teria a promessa de um cargo na futura Universidade do Benfica. Tanto o juiz como presidente do Benfica foram constituídos arguidos no processo, assim como Fernando Tavares, vice-presidente do Benfica). E, por fim, o 'Caso Mala Ciao', que investiga alegada corrupção desportiva, com o Benfica suspeito de ter subornado atletas de outros clubes para vencerem o FC Porto.
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