O Boavista, da I Liga de futebol, regressou hoje aos treinos, numa sessão transferida de manhã para a tarde e que foi comandada pelos treinadores-adjuntos, na sequência do pedido de demissão apresentado pelo técnico principal Petit.

Fonte ligada ao processo confirmou à agência Lusa a ausência no treino do treinador ‘axadrezado’, cuja saída ainda não foi oficializada pela direção presidida por Vítor Murta, mas deverá ditar o fim da segunda passagem do ex-internacional português pelo cargo.

No domingo, após a derrota na visita ao Estrela da Amadora (3-1), da 13.ª jornada, que implicou a oitava partida sem vencer e o quinto desaire seguido dos portuenses na I Liga pela primeira vez desde 1959/60, Petit disse que iria avaliar a sua continuidade no clube.

“Sou o responsável. Tenho agora três horas de viagem até ao Porto para pensar no meu futuro e no futuro do Boavista”, referiu, na conferência de imprensa posterior ao desafio.

Petit, de 47 anos, deixa o Boavista no 10.º lugar, com 15 pontos, cinco acima da zona de descida, numa época em que os ‘axadrezados’ chegaram a liderar a I Liga na segunda, quarta e quinta jornadas, antes de terem ‘caído’ para as posições intermédias da tabela.

Com quatro vitórias, três empates e seis derrotas acumuladas em 13 duelos, o clube do Bessa já não triunfa na prova desde a goleada na receção ao então lanterna-vermelha Desportivo de Chaves (4-1), em 18 de setembro, da quinta ronda, tendo sido igualmente afastado na quarta eliminatória da Taça de Portugal e na primeira fase da Taça da Liga.

Petit tinha voltado ao Boavista em novembro de 2021 para substituir João Pedro Sousa e prossegue como o terceiro técnico com mais partidas (191) pelo clube no qual se estreou como futebolista e trocou os relvados pelos bancos, atrás de Jaime Pacheco (359), que o tinha orientado no inédito título de campeão nacional, em 2000/01, e Manuel José (211).

Além de ter melhorado a prestação dos ‘axadrezados’ na I Liga nas últimas duas épocas, ao evoluir do 12.º (38 pontos) para o nono posto (44), obteve uma inédita participação na ‘final four’ da edição 2021/22 da Taça da Liga e valorizou ativos num clube condicionado frequentemente por salários em atraso e impedimentos de inscrição de novos jogadores.

Petit estava vinculado até junho de 2024, mas culmina a oitava experiência como técnico, após ter passado inicialmente pelo Bessa (2012-2015), Tondela (2015-2017), Moreirense (2017 e 2018), Paços de Ferreira (2017-2018), Marítimo (2018/19) e B SAD (2019-2021).

Como médio, notabilizou-se ao serviço de Boavista, Benfica e dos alemães do Colónia, e representou a seleção portuguesa nas fases finais dos Mundiais de 2002 e 2006 e dos Europeus de 2004 e 2008, tendo concretizado quatro tentos em 57 internacionalizações.