O candidato à presidência do Sporting Bruno de Carvalho acusou hoje a atual direção do clube de ter destruído a documentação das últimas eleições antes do prazo previsto pela lei.
O candidato pela lista B, que falava num encontro com vários órgãos de comunicação social, adiantou que a direção presidida por Godinho Lopes «destruiu documentos que poderiam comprovar tudo aquilo que se disse sobre as eleições» de 2011, numa alusão às dúvidas que surgiram após ter sido derrotado pelo atual presidente demissionário, Godinho Lopes.
«Vou reforçar que os documentos das últimas eleições foram destruídos por esta direção, antes do prazo previsto, que é de um ano. Isso é um facto.
Os documentos que poderiam comprovar tudo aquilo que se disse sobre as eleições foram destruídos por esta direção antes do tempo previsto para se destruir», afirmou.
Bruno de Carvalho criticou a decisão tomada e lembrou que «todas as dúvidas que ficaram no ar, deveriam ter sido tiradas pela direção e não pelos concorrentes», garantindo que, caso tivesse vencido o escrutínio de 2011, "jamais" destruiria a referida documentação.
«Se eu tivesse ganho, a primeira coisa que teria feito era imediatamente por [os documentos] à disposição de sócios e comunicação social. Ninguém me poderia acusar de destruir algum documento, sobretudo de uma coisa que era uma dúvida», reforçou.
O atual candidato lembrou que «as pessoas não deviam destruir absolutamente nada, porque é tudo propriedade do clube e não das pessoas» e escudou-se na lei portuguesa.
«Não está lá escrito que é obrigatório destruir o documento. Diz que se pode. É como a lei. Diz que tem de se guardar os documentos durante 10 anos, mas não diz que se tem de destruir os documentos após 10 anos», disse.
Fonte da Mesa da Assembleia Geral (AG) do Sporting confirmou à agência Lusa que a atual direção mandou destruir os documentos, pouco tempo antes dos seis meses previstos no Código Civil para qualquer eleição, sendo que a Mesa da AG, órgão que tutela o escrutínio, apenas foi informada da decisão.
Godinho Lopes venceu as últimas eleições com 36,55 por cento dos votos, superando os 36,15 de Bruno de Carvalho, que somou apenas menos 360 votos.
Por outro lado, o empresário reafirmou que o clube precisa de uma «reestruturação definitiva, que lhe permita crescer e desenvolver-se» e mostrou-se pouco recetivo a dar sequência ao plano financeiro elaborado pela atual direção.
«O que vi da reestruturação era um clube de futebol, com futuro incerto. O que vi, matava as modalidades todas. Ouvi [José] Couceiro dizer que gostava de puxar o futsal para a SAD. Se calhar salvava-se o futsal, mas o que vi, em termos de reestruturação, matava tudo o que era modalidades.
Seria um clube de futebol, que teria a necessidade de fazer outra reestruturação no início da próxima época», sustentou.
A candidatura da Lista C, liderada por José Couceiro, também esteve na "mira" de Bruno de Carvalho, que lamentou a «desigualdade de tratamento» da campanha, tendo em conta que Mário Patrício, vice-presidente para as modalidades, e Diogo Matos, diretor da Academia Sporting, continuam em funções, ao mesmo tempo que integram a referida lista.
«A nossa candidatura fez um pedido formal a esta direção para se fazer uma sessão de esclarecimentos com os funcionários e colaboradores do clube e outra com os da SAD. São sócios do Sporting, mas também são pessoas que veem o seu futuro falado na comunicação social, sem perceberem o que lhes vai acontecer. Existe uma candidatura que tem dois atuais funcionários e que está a ter a possibilidade de fazer a sua candidatura e as suas sessões de esclarecimento. A nós foi-nos negada a possibilidade de falar», revelou.
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