O presidente do Sporting voltou a usar as redes sociais para se pronunciar sobre mais um 'caso' do futebol português envolvendo a justiça desportiva, os árbitros e o Benfica.

Na sua página pessoal do Facebook, Bruno de Carvalho comentou a informação veiculada pelo diário Record desta sexta-feira sobre o processo disciplinar instaurado a Islam Slimani pelo Conselho de Disciplina da FPF, e as declarações de Jorge Sousa que sustentaram o inquérito ao avançado leonino.

Leia o comunicado na íntegra:

"Vamos assumir que esta notícia que saiu hoje na comunicação social é verdadeira"

Jorge Sousa explicou ao Conselho de Disciplina (CD) que o lance entre Slimani e Samaris, e que levou à abertura de um inquérito ao avançado argelino, "passou despercebido a todos os elementos da equipa de arbitragem naquele momento". Record teve acesso ao conteúdo do testemunho do árbitro do dérbi da Taça de Portugal, essencial na decisão de avançar com um processo contra Slimani.

Jorge Sousa admitiu que, durante o jogo, não identificou "nenhuma ação" a envolver o argelino e o grego nessa partida. "No entanto, pelas imagens televisivas, verifico que (...) o jogador n.º 9 do Sporting, Islam Slimani, depois de começar a correr na direção do jogador n.º 7 do Benfica, Andreas Samaris, quando chega junto deste atinge-o com o braço direito na nuca", descreve, sem nunca usar a palavra "agressão".

Sobre as queixas apresentadas pelo Sporting em oito lances do jogo da Taça de Portugal, disputado a 21 de novembro, Jorge Sousa recordou que puniu com amarelos Jardel, Sílvio, André Almeida e Samaris. O CD considerou que os jogadores do Benfica foram "sancionados pelas infrações cometidas" e não podiam ser "alvo de nova sanção".

Em relação aos outros lances, revelou que não viu qualquer agressão ou infração de Jardel a Adrien (52'), Eliseu a João Mário (108') e Eliseu (12' e 120'+1). E também usou o mesmo argumento para as queixas de agressão de Jardel a Raul José, adjunto do Sporting. Nestes casos, os lances foram considerados "avaliados e analisados pela equipa de arbitragem", que decidiu não haver infração disciplinar."

Conclusões:

1. O árbitro Jorge Sousa (para mim o melhor árbitro português da atualidade e vítima de uma campanha terrível através da comunicação social) mesmo em casa quando viu as imagens do lance de Slimani não utilizou a palavra agressão. Assim abre-se um processo porque o árbitro viu em casa um contacto de um braço num jogador mas não utilizando a expressão agressão.
(Critério de decisão 1)

2. Fica então entendido que existem momentos do jogo onde os 4 elementos da equipa de arbitragem estão a olhar para outro sítio que não o jogo. Ou será que estavam a olhar para o jogo e decidiram na altura que o lance em questão não tinha razões para ser sancionado?
(Critério de decisão 2)

3. Ao ser confrontado em casa com as imagens de, por exemplo, socos na cara de jogadores do Sporting utilizaria a expressão agressão ou não?
(Critério de decisão 3)

4. Se não viu socos na cara de jogadores do Sporting e não viu o contacto do braço no jogador do Benfica a diferença está onde? Fica assumido que não viu qualquer um destes lances e só viu depois em casa ou fica assumido que, por exemplo, socos na cara fazem parte dos movimentos permitidos no futebol?
(Critério de decisão 4)

5. Se a decisão no decorrer do jogo foi que o lance do Slimani não tinha motivos de sanção e socos na cara de jogadores do Sporting apenas eram motivo para amarelo ou para nada, não estão as decisões tomadas?
(Critério de decisão 5)

6. Estando as decisões tomadas e vendo pelas imagens terem passado despercebidas certas acções específicas sendo ou não punidas outras não deveria o critério de abertura de processos ser coerente e igual?
(Critério de decisão 6)

Fica apenas para reflexão do dia...