Bruno de Carvalho revelou esta quarta-feira em tribunal, onde esteve a ser ouvido na fase de instrução do processo da invasão a Alcochete, que comunicou a Jorge Jesus que não contava com ele para a época seguinte, um dia antes dos ataques na Academia leonina.
"Foi-lhe comunicado que não faria parte da época seguinte. Não cumpria a sua postura de zelo. Que era um funcionário caro, eram 9 milhões para o clube. Foi-lhe dito que o ciclo dele havia terminado. Mas isso não quer dizer que não fizesse o treino do dia seguinte ou o jogo contra o Aves", disse o antigo presidente do Sporting citado pelo 'Expresso' a propósito de uma conversa com JJ no fim da época.
O antigo dirigente leonino explicou ainda que foi Jorge Jesus que quis passar o treino para a tarde no dia do ataque a Alcochete, invocando que ia "haver reunião com os advogados de manhã'.
"Sabia que a reunião tinha a ver com o futuro dele. Se fosse alvo de um processo disciplinar com suspensão ele não iria treinar no dia seguinte. Eu percebo tudo. Percebo mais do que as pessoas queriam. Passo o treino para a tarde porque se me suspenderem já nem dou o treino: foi o que Jesus pensou", acrescentou.
"Jorge Jesus tem razões que a própria razão desconhece. Deu folga de uma semana aos jogadores à revelia da administração", referiu ainda.
Reunião em Alvalade no dia do ataque a Alcochete
Bruno de Carvalho revelou ainda que estava no Estádio de Alvalade quando recebeu a notícia de que a Academia do Sporting fora invadida por um grupo de adeptos.
"Estava em Alvalade com o gabinete jurídico por causa da notícia do Cashball. Tenho quase a certeza que André Geraldes também estava. Mais Carlos Vieira, Rui Caeiro e Guilherme Pinheiro", salientou o antigo presidente do Sporting".
"José Ribeiro irrompeu na sala a dizer que tinham invadido a Academia. Para meu espanto, Jesus disse para não ir lá. Como ainda estavam lá, eu fui", acrescentou Bruno de Carvalho.
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