A luta pela liderança da I Liga de futebol ou o “duelo” entre Jackson Martinez e Fredy Montero são ingredientes naturais do FC Porto-Sporting de domingo, mas o presidente “leonino” é também uma figura incontornável do “clássico”.

Em sete meses como presidente, Bruno de Carvalho imprimiu um estilo muito próprio, intransigente na defesa dos interesses do Sporting, algo de que resultou, por exemplo, o corte de relações institucionais com o FC Porto e que pode proporcionar-lhe uma receção hostil no Dragão, no primeiro embate com os “azuis e brancos” no seu mandato.

«Penso ser recebido exatamente da mesma maneira que iria ser recebido se não houvesse corte de relações, que é mal. Acho muito bem que isso aconteça, pois somos rivais e queremos as mesmas coisas, que é ter o protagonismo do futebol nacional», afirmou Bruno de Carvalho, numa recente entrevista concedida à Sport TV.

Enfrentando a desconfiança de alguns setores, mas reunindo crescente simpatia da massa adepta, Bruno de Carvalho tem “cortado a direito”. Foi assim na gestão interna, na remodelação da equipa de futebol e no “caso Bruma”, por exemplo, mas também na gestão das relações exteriores.

Depois da pior época da história do clube e da revolução na estrutura do futebol, Bruno de Carvalho, 41 anos, tem rejeitado que o Sporting seja um candidato ao título, mas marcou posição sempre que teve oportunidade e não deixou de vincar que o emblema de Alvalade faz parte de uma rivalidade a três.

«Quem quer estar em primeiro não se alia a ninguém, tem é de deixar os outros para trás», disse Bruno de Carvalho, numa outra entrevista, ao Jornal de Negócios.

Por isso, o treinador do Benfica, Jorge Jesus, ou o administrador da SAD "encarnada" Rui Costa e, em especial, o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, têm sido interlocutores do presidente “leonino” em diversas guerras de palavras.

A par desta imagem de liderança forte que projeta, Bruno Carvalho, um licenciado em gestão com curso de treinador de futebol, faz por transmitir uma ideia de união, expressa na proximidade que manifesta em relação às equipas do clube, sobretudo à principal equipa de futebol, cujos resultados, para já, ajudam a manter a sua cotação em alta.

Recuperando uma prática em desuso entre os “grandes” e utilizada por Pinto da Costa durante muitos anos, o presidente do Sporting é presença constante no banco de suplentes, tanto em Alvalade como fora de casa, ao lado do treinador, Leonardo Jardim, do diretor desportivo, Augusto Inácio, dos jogadores e demais elementos.

Na I Liga, além de Bruno de Carvalho, só o presidente do Nacional, Rui Alves, adota este “costume” de viver de perto todas as alegrias e frustrações da equipa, que, para o mal ou para o bem, também os deixa mais expostos.

No domingo, voltará a ser assim, no Estádio do Dragão: pode sair do relvado resignado perante um resultado menos favorável ou celebrar uma vitória e a liderança do campeonato livre do “espartilho” da tribuna de honra.